segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

SONETO À MANEIRA DE NICOLAU TOLENTINO

 


SONETO

À MANEIRA DE NICOLAU TOLENTINO

 

Ó Tolentino, ó grande Nicolau,

não te peço emprestado o engenho,

mas tão só o teu sábio varapau,

que dê grande vigor ao meu empenho

 

de varrer, a valer, o meu quintal:

está sujo com o lixo de comentários

feitos por idiotas sem igual,

de tolices sem conta tributários!

 

A confusão nas cabeças é tal,

que lembra aquele aluno faceto,

que num exame, em hora fatal,

 

veio a descobrir que Hugo Capeto

subiu até ao trono da América,

só por acção da pressão atmosférica!


Dedico este desenfastiado soneto a alguns (só alguns!) dos meus assíduos comentaristas de um blog em que, honrosamente, colaboro. Eles têm escrito coisas verdadeiramente inesquecíveis! A mistura de componentes imiscíveis, que eles conseguem, requer, no mínimo, uma espécie desorbitada de génio atarantado. Agradeço-lhes com este modesto soneto, em que refiro o injustamente esquecido Hugo Capeto (desculpem a rima involuntária. Também Tolentino rima com cretino e isso é a culpa de quem? Ora bem!).

Eugénio Lisboa

4 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Certamente por lapso alguém apagou o meu comentário e não reparou. Mas isso não é suposto acontecer. Ou é?

Carlos Fiolhais disse...

Peço desculpa, foi decerto lapso. Foram apagados va´rios comentários de publicidade e deve ter havido lapso. Repita o comentário pf ab CF

Carlos Ricardo Soares disse...

O modo como o objecto molda o sujeito e estrutura os seus processos de percepção, cognição, valoração, escolha, comunicação, convenção, negociação, é um modo em que o sujeito é quem tem o papel de ser moldado (ainda que isso não corresponda sempre a deixar-se moldar, ou não, ou não suponha a intenção, consciência, vontade de ser moldado).
O objecto não desempenha nenhuma actividade, nenhum papel, ou intencionalidade de moldar, influenciar, condicionar, o sujeito.
Estou a falar dos objectos físicos, não culturais e não biológicos, que estão no nosso ambiente.
Quanto aos objectos culturais e biológicos que interagem com o sujeito, a situação é diferente.
Desde os casos em que a interacção dos objectos culturais ou biológicos é mera interacção, por exemplo acidental, ocasional, não dirigida a “atingir” um certo efeito no sujeito, mas que efectivamente interfere e tem efeitos, até aos casos em que essa interacção é propositada e assumidamente, intencionalmente, dirigida a produzir efeitos no sujeito, o objecto molda o sujeito de inúmeros modos, muitos dos quais não estavam previstos e sem que o sujeito tenha o poder ou a liberdade de lhes escapar ou subtrair.

Carlos Ricardo Soares disse...

Carlos Fiolhais, não tem que pedir desculpa. Só achei isso estranho num blog seu. Já repus o comentário.
Obrigado pelas suas publicações e partilhas. Abraço.

A ARTE DE INSISTIR

Quando se pensa nisso o tempo todo, alguma descoberta se consegue. Que uma ideia venha ao engodo e o espírito desassossegue, nela se co...