POEMA DE EUGÉNIO LISBOA:
1
Mas que merda de
poetas,
de liras enferrujadas,
pouco vigor nas canetas
e de iras mal mijadas!
2
Mas que vergonha de
gente,
tão indigna de Camões,
de tesão deficiente
e falta de palavrões!
3
Que gente tão sem
tomates
(mais são castanhas
piladas!)
maricas, tatibitates,
com as tusas
congeladas!
4
Onde está a vossa Musa,
bem canora e eloquente,
que ao bandido que
abusa
faz frente
intransigente?
5
A vossa Musa morreu?
Coragem já não existe?
A honra esmoreceu?
A lira já não resiste?
6
Gente indigna de
Bocage,
cuja lira abissal
envigora o ultraje,
tal louco Gomes Leal!
7
À guerra que tudo
esmaga,
oponde a lira imortal,
que ao invasor embarga
o seu avanço letal!
8
Acordai a vossa lira,
apodrecida no sono
e instigai-lhe a ira,
que não fique ao
abandono!
Eugénio Lisboa
2 comentários:
O melhor mesmo é quando as palavras
não fazem falta
mas isso é como sonhar
e é tão raro acontecer
que somos poetas.
-CRS-
Quando Arquimedes pedia uma alavanca
e um ponto de apoio
para levantar o mundo
toda a gente sabia
que era assim que se fazia
para mover grandes pesos
e que ninguém podia
fazer
o que Arquimedes não fazia.
-CRS-
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