De Eugénio Lisboa, neste primeiro dia do ano.
Um fim de ano que é um fim de mundo,
Nunca sonhara vir a viver isto!
Muito mundo meu fora já ao fundo,
Segundo um plano há muito entrevisto.
Se viver é sobretudo perder,
Se viver cava em torno um deserto,
Se vamos acabar sem perceber
O que, em nós, está errado ou certo,
Que milagre foi este, sem sentido?
Foi então vã a nossa aventura?
O que ganhámos foi tudo perdido?
O que sabemos é só noite escura?
Descobrir a luz foi então um logro?
O amor, o sol, a vida, um malogro?
Eugénio Lisboa
31.12.2021
1 comentário:
Por tudo e por nada
Devia haver Deus
Mas não
Não existe
E isso chega a ser
Muito mais triste
Do que saber
Que Deus não pode ser
O que é.
-Carlos Ricardo Soares-
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