terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Morreu um Mestre



A nossa colega de blogue Isaltina Martins escreveu-me para me dar a notícia da morte de George Steiner. 

George Steiner, aquele que dizia ler sempre com um lápis na mão e que obriga o leitor a ter sempre um lápis na mão, na esperança de que ao sublinhar, destacar, anotar lhe fiquem na memória as palavras que são expressão de um pensamento extraordinário com o qual se quer dialogar...

George Steiner morreu - "um homem não sobrevive à morte", lembrou Richard Feynmam - mas dele ficam-nos textos que, certamente, nos elevam como pessoas, e que, como professores, têm o dom de chamar de volta as nossas torturadas almas. Por isso, retiro da estante o seu livro As lições dos Mestres, publicado em 2003. Entre as páginas encontro o recorte de uma notícia assinada por José Gabriel Viegas, intitulada "A lição de um mestre". 

Escreveu ele ao início: John Banville recomendou-o [ao livro] como um «indispensável tónico para o moral dos professores nestas épocas de cinzas". E porque as cinzas se têm adensado, há que ler George Steiner...

"O grande ensino, a instrução do espírito humano na procura estética, intelectual, «eterniza» não apenas o indivíduo, mas também a humanidade. Afortunado o discípulo cujo mestre deu sentido à mortalidade (pág. 52).

"Ensinar com seriedade é lidar com o que existe de mais vital no ser humano" (pág. 25).

"A instrução, por palavras ou actos, falada ou demonstrada por meio de exemplo, é obviamente tão antiga como a humanidade" (pág. 17).

1 comentário:

Rui Baptista disse...

Post que muito apreciei

FÁBULA BEM DISPOSTA

Se uma vez um rei bateu na mãe, pra ficar com um terreno chamado, depois, Portugal, que mal tem que um russo teimoso tenha queimado o te...