Início do meu artigo no Público de ontem (na imagem o monumento com a linha do equador no ilhéu das Rolas; ao fundo a ilha de S. Tomé):
"Quem pousa no aeroporto de São Tomé, vindo de Lisboa, ainda não
atravessou o equador. Para o fazer tem de viajar aos solavancos numa estrada
sinuosa até ao sul da ilha para depois tomar um barco que
atravessa o canal até ao Ilhéu das Rolas, Estamos na estação das chuvas, pelo que há água por baixo e por
cima. Chegados ao ilhéu, mais precisamente ao ancoradouro do Hotel
Pestana, o equador já não está longe. O melhor, para apreciar devidamente os lautos recursos da floresta
tropical e a vida local (“leve-leve” é a expressão para designar a calma
reinante), é ir com um guia da aldeia
piscatória
de S. Francisco, vizinha do hotel. O guia será, com toda a probabilidade, benfiquista, pois na
aldeia abundam bandeiras do clube da Luz.
Sobe-se pelo caminho pedonal aberto
na mata (um dos arbustos dá o chá de micocó, com propriedades afrodisíacas, tendo um
curandeiro explicado ao presidente português que “aquece o material”) e chega-se em poucos minutos ao monumento
colonial, assente num mapa-múndi, que exibe a linha que divide a Terra nas
metades Norte e Sul. O sítio proporciona uma vista magnífica sobre o canal e a
ilha principal, se o céu estiver descoberto. Entra-se finalmente no lado
de baixo do equador, onde, como diz Chico Buarque, “não existe pecado”. O guia mostra-nos, nesse lado, uma planta cujas
folhas se retraem prontamente quando são tocadas, que dá pelos pitorescos nomes
de “mimosa púdica” ou “mulher portuguesa”. Dá a ideia que a planta receia pecar…"
Para ler o resto ver (só para assinantes):
Sem comentários:
Enviar um comentário