Os modelos de eficácia e eficiência, de produção e competitividade, de sucesso e felicidade, marcas do neoliberalismo, têm-se refinado no século XXI e entrado em todas as áreas de funcionamento humano, incluindo a educação. Ora, toda a educação, incluindo a educação escolar, requer tempo. Esta, em particular, precisa de tempo dedicado à tarefa, que aumenta à medida que os anos avançam. O nosso cérebro é lento quando se vê confrontado com tarefas de aprendizagem novas e complexas, como são as escolares. Precisa de ser ensinado a resolvê-las, um passo a seguir ao outro.
Vale a pena determo-nos nesta ideia para questionarmos os efeitos que a quantidade de estímulos associada à rapidez com que são apresentados, sobretudo por via de novos aparelhos tecnológicos, entregues precocemente a crianças, estão a fazer aos seus cérebros. Mas podemos também associar os jovens e os adultos.
Nesse questionamento, poderemos apoiar-nos em trabalhos que começam a surgir na forma de artigos, ensaios, livros. E em termos de livros acaba de sair um que ainda não li, mas que irei ler: Homens lentos escrito por Laurent Vidal, professor de história da universidade de La Rochelle. Distanciando-se da moda que se tornou o "elogio da lentidão" com fins comerciais, enquadra os ritmos de vida humana no percurso civilizacional e em alguns quadros culturais.
Vale a pena ler (aqui) ou ver (abaixo) a entrevista que deu a uma jornalista brasileira, Adriana Brandão.
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