sexta-feira, 31 de agosto de 2018

"A ARTE DE CRIAR PAIXÃO PELA CIÊNCIA"

Este é o título do meu próximo livro, a publicar brevemente pela editora Guerra e Paz, numa parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores (colecção "Fio da memória). Trata-se de uma longa entrevista que me foi feita por José Jorge Letria, presidente da SPA.

Publico um pequeno extracto de uma resposta minha:

"A ciência é, mais do que um corpo de conhecimentos, um método que deve começar a ser transmitido o mais cedo possível. Ver, mexer, agarrar, examinar, interrogar o mundo, fazer perguntas ao mundo, perguntar o como e o porquê das coisas é a atitude mais natural desta vida. A nossa vida não passa de uma relação com o mundo. Acima de tudo, e em última análise, a ciência procura responder a essa pergunta que, às vezes, nós exteriorizamos, mas que os antigos gregos já fizeram há muitos séculos: «Quem somos nós?» Nós somos parte do mundo, não nos serve de muito o dualismo, a ideia de que há o mundo e de que há o homem, pois o homem é inegavelmente parte do mundo. E, cada vez mais, a ciência – daí o imparável crescimento das ciências sociais e humanas – consegue saber mais quem nós somos.

A pergunta «Quem somos nós?» irá perseguir-nos sempre, enquanto existirmos e espero bem que a nossa espécie vá existir muito tempo, pois somos a única no Universo, tanto quanto sabemos, que o consegue conhecer. Quem somos nós? Para o saber, as ciências sociais e humanas têm de dialogar com as ciências naturais e exactas. Por outras palavras, o saber tem de ser um saber a arte de fazer pontes 153 alargado e um saber em diálogo permanente. Não há saber verdadeiro se não for alargado em diálogo permanente. Só assim é possível haver humanidade. Portanto, quando falo – no meu livro mais recente."

Sem comentários:

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A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...