quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Poesia

Alguns poemas que escrevi depois de ler Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andresen e o poeta sírio Adonis:


1
Sê paciente; aguarda que o sonho
Apareça no brancor, dispa-se 
De um mar que nunca será medonho,
E cubra-se de um sol nunca flor.


A Eugénio de Andrade

2



A tua cintura cobriu-se de escuma

E nela caiu atónito o olhar
Julgando ser o início de outro mar.



A Eugénio de Andrade
3 
Na tua face rebentaram vinhas-virgens
E águas azuis ergueram-se sedentas
E agarraram-se a elas com vertigens.

A Eugénio de Andrade
4
Através do chamamento da mão
Meu coração passou como um barco
Que sem ti está sempre a despedir-se
E a palpar o medo e a escuridão.

A Sophia de Mello Breyner Andresen

5
É o pôr do sol da tua face que eu busco
Através do vento glacial e da pústula
Para incender a amargura do crepúsculo.

A Sophia de Mello Breyner Andresen

6 
Quando eu morrer quero ao morro voltar,
Pra ver as nuvens que não vi passar.

A Sophia de Mello Breyner Andresen

7
Na aurora, a aurora segunda,
O poente a arder
Na escuma.

A Adonis

1 comentário:

Da impossibilidade de sentir disse...

A poesia é um barbitúrico.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...