"A comunidade filosófica hoje é quase estritamente académica.
O que significa que temos de proteger a filosofia na escola,
porque é a única possibilidade de diálogo e de argumentação vivos.
Ao mesmo tempo, como a escola é a única reserva que a filosofia tem,
perde imenso. Porque a relação filosófica não se compadece com o
sistema de avaliação e de organização das universidades."
Maria Filomena Molder, 2016.
(Em entrevista ao Expresso, realizada por Luciana Leiderfard).
Esmorece a Filosofia na escola, tanto no ensino secundário como no ensino superior. Por isso, é tão importante que os jornais e a televisão lhe dêem atenção, que a internet guarde registos que podem ser recuperados com facilidade. É claro que os livros são fundamentais, mas cada meio é um meio, eventualmente complementar de outro.
Sabendo que o estudo sistematizado e apoiado na escola não é substituível por nenhum desses meios, mesmo quando se complementam, eles são, para alguns, portas entreabertas para certas ideias.
Quando abrirmos, ainda que distraidamente, uma porta e encontramos alguém como Maria Filomena Molder, temos de entrae na sala e sentarmo-nos em silêncio para aprender, para tentar compreender o próprio pensamento humano, o nosso pensamento.
Sabendo que o estudo sistematizado e apoiado na escola não é substituível por nenhum desses meios, mesmo quando se complementam, eles são, para alguns, portas entreabertas para certas ideias.
Quando abrirmos, ainda que distraidamente, uma porta e encontramos alguém como Maria Filomena Molder, temos de entrae na sala e sentarmo-nos em silêncio para aprender, para tentar compreender o próprio pensamento humano, o nosso pensamento.
Vale a pena, pois, rever, o nono episódio do Programa "Raízes", de Maria João Seixas, que, sendo do ano passado, voltou ao ar neste verão [AQUI]
A pergunta feita à filósofa e professora de filosofia é a mesma que se faz a quem se inicia na disciplina e, por certo, não abandona quem continua nela: "O que é a filosofia?". A resposta não é, contudo, a esperada, a dos manuais: faz os Antigos e os Modernos voltarem à vida, com a agilidade de quem sabe profundamente, e com a alma de quem convive com eles.
4 comentários:
No ensino escolar atual, baseado na pedagogia do "aprender a aprender", tudo deve ser fácil e rasteiro, sem perguntas embaraçosas suscitadas pelos infindáveis enigmas que somos nós e a realidade.
Proibindo o ensino da filosofia e das ciência puras, acabaremos por perder a faculdade de voar, tal como os patos domésticos que, em terra, se limitam a ver ao longe os bandos de patos livres que continuam a cruzar o céu azul!
Não há patos livres (ninguém é livre só porque voa) e o céu não é azul. Mas a filosofia é importante para nos ensinar a liberdade e as cores do branco e as funções das asas no nada do céu.
Li a entrevista e vi o episódio com toda a atenção e fiquei encantado, com o que li e ouvi e com a Maria Filomena Molder. É como estar a assistir a uma grande orquestra para um instrumento de primeiro plano. Está tão longe da aprendizagem das notas musicais e do primeiro solfejo...
Mas quem anda no ensino sabe que tudo começa no a e i o u e que, quando ouvimos as classes mais avançadas, há sempre alguém que nos mostra que valeu a pena acreditar no ensino aprendizagem. Precisamos, devemos sempre, contar com as capacidades, talentos, paixões e inteligência dos aprendizes, as quais, numa boa parte dos casos, não são inferiores às dos mestres. Até chegar à paixão pelos clássicos vai um caminho que pode ser muito longo, mesmo para quem lá chega.
Grande lição de cultura e filosofia, em tão pouco tempo. Obrigado e parabéns!
Os patos que não estão presos são livres como passarinhos...
O céu é azul.
A filosofia é a procura da Verdade.
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