terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Sistemas educativos capazes

Eis o que, em entrevista de Luísa Meireles e Pedro Santos Guerreiro, intitulada “Não há inevitabilidades, quem escreve o futuro são os povos”, disse o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, ao jornal Expresso da passada sexta-feira, sobre a educação escolar:
O que há a fazer?
Criar utopias realizáveis. Pergunto: como vamos responder às consequências da economia digital, que exige grande preparação? Pode fazer-se com sistemas educativos capazes, como está a acontecer agora em França. O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, tem um programa extremamente ambicioso para acabar com o insucesso e o abandono escolar. E faz isso acabando com o facilitismo, acabando com o igualitarismo e com o pedagogismo que têm dado cabo do sistema francês. Esse ministro pôs os miúdos que se atrasam a serem apoiados e fez uma coisa muito interessante, mudou a escola de modo a que, como qualquer boa organização, cada escola tem um propósito, tem o controlo e tem uma equipa (...).
Também está a falar das escolas portuguesas.
Nós permitimos que os pais duvidem da escola, que os professores duvidem da instituição e que haja um domínio absoluto dos sindicatos. Os sindicatos são indispensáveis e são uma vitória importante da democracia, mas é necessário que não impeçam que se adquira o mérito, que as avaliações por mérito sejam feitas sistematicamente e que os que mais mérito têm sejam os mais premiados. O problema da igualdade é tão velho quanto o homem. Cícero falava da igualdade diferenciada no aspeto social. Igualdade que permita dignidade a todos, mas diferenciada de acordo com o mérito. Uma sociedade que não é capaz de premiar o mérito ameaça tornar-se decadente. Tudo isto para dizer que o mal da democracia não é um mal português, mas de todas as democracias avançadas da Europa.

1 comentário:

Anónimo disse...

A França já não é a potência económica e cultural que foi no tempo de Napoleão Bonaparte, quando, de resto, acabou inapelavelmente derrotada pela Inglaterra e outras velhas monarquias europeias.
O general Ramalho Eanes está do lado da Razão!
O pedagogismo, seja francês ou anglos-axónico, ameaça escavacar o sistema de ensino português que nunca foi muito sólido.
Na minha humilde, e modesta opinião, devemos rejeitar, de uma vez por todas o pedagogismo, que nos tem empurrado em direção ao abismo, e voltar a ser amigos da sabedoria. Muito mais importante do que as múltiplas formas de ensinar é a sabedoria que os professores transmitem aos alunos!

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