Scopes Monkey Trial (Imagem obtida no google)
O dia
21 de Julho é uma marca histórica para os defensores do papel da ciência na educação e, em
particular, da biologia evolutiva. Hoje celebra-se uma das datas associadas ao “Scopes
Trial” ou, como é vulgarmente conhecido, o Scopes Monkey Trial (O Julgamento do
Macaco; 1925). John Scopes, então professor de biologia de secundário em
Dayton, desafia a lei estatal ao ensinar evolução aos seus estudantes. Acusado,
apresentou-se em tribunal e assim se fez história. O julgamento do macaco
atraiu os destaques e machetes Estadunidenses para pequena cidade de Dayton em
Tennessee, lançando a discussão do papel da ciência no ensino e questionando o
fundamentalismo e literalismo bíblico.
John
Scopes havia sido avisado. O “Butler Act” havia entrado em vigor no estado do
Tennessee e era claro: professores das escolas públicas do estado não poderiam
negar a origem bíblica da espécie humana. Ensinar evolução biológica era ilegal
pois a doutrina creacionista detinha a exclusividade curricular. Deus fizera
homens à sua imagem e o universo fora criado em 7 dias, ponto. Sob aviso que
Scopes ensinaria evolução biológica aos seus alunos, os inspectores
deslocaram-se à sala de aula e esperaram que o professor ensinasse a sua lição.
De forma engendrada e num movimento contra a lei, Scopes dá o corpo às balas e é
acusado de ensinar evolução e condenado a tribunal.
Várias personalidades deslocaram-se à pequena cidade de
Dayton e o evento foi noticiado por todo o país. Do lado da doutrina religiosa alinhava
William Jennings Bryan, candidato (derrotado) por três vezes à presidência dos
Estados Unidos pelo partido democrata. O seu oponente, advogado de defesa de
Scopes, Clarence Darrow era um reconhecido advogado nacional. Darrow havia
preparado o seu caso e voara professores e cientistas para testemunhar. Destes,
apenas um zoólogo foi reconhecido como testemunha válida, colocando em cheque a
estratégia planeada. Então, de forma ousada, Clarence Darrow convoca o seu
próprio adversário como testemunha do seu caso, questionando-o acerca das suas crenças
e do conhecimento bíblico. Darrow questiona Bryan acerca do literalismo bíblico
de Adão, Eva e Cain, entre outros, tentando ressalvar as diferenças entre crença,
e conhecimento.
Dia 21 de Julho marca o dia do veredicto do julgamento. Scopes
foi declarado culpado e a pagar 100 dólares americanos (aproximadamente 1400
dólares ajustados à inflação actual) por infrigir a lei. Mas o impacto engendrado pela American
Civil Liberties Union havia sido feito: discutiu-se o papel da ciência e da religião
na educação, questionou-se o fundamentalismo e doutrinas religiosas e questionou-se
a legitimidade bíblica na imposição e estabelecimento de leis.
Hoje
a pequena cidade de Dayton celebra e vive em torno do “Julgamento do macaco” e
relembra-nos do papel da ciência na educação. Pessoas de diversas partes do
mundo juntam-se em Dayton para palestras organizadas pela universidade de
Tennessee e para um festival de verão. Existe uma cervejaria associada que
vende a Evolution IPA. Para os mais interessados, encontrarão um filme acerca
do julgamento: Inherit the Wind (o vento será a tua lembrança).
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