terça-feira, 11 de julho de 2017

Minhas entradas no "Estudo Geral"

"Estudo Geral"  é o repositório de artigos da Universidade de Coimbra. Neste momento já ultrapassei as 400 entradas, podendo de lá ser descarregados os textos completos. Ver aqui:

https://estudogeral.sib.uc.pt/simple-search?location=%2F&query=fiolhais%2C+carlos&rpp=10&sort_by=score&order=desc

1 comentário:

Anónimo disse...

Nada é demasiado maravilhoso para ser verdade.
(Michael Faraday)

A procura do impossível obriga-nos a fazer o melhor que podemos...
A entrevista do Dr. Carlos Fiolhais. O público está agora mais consciente da imperfeição humana, da beleza que devora os inimigos e da razão interrogativa do mundo natural. Espontaneamente, salta à vista a articulação da ciência com a vida, a sua comprovação imagética no laboratório existencial, ativada do Verbo que, um dia, se fez gramática. Tão cético e tão crédulo é o cientista! Puxa a superfície do tapete e eis o pó do conhecimento, a "matéria-criada" do nada enquanto o relógio de cuco aspira o tempo para o interior do bocejo e do lixo. Porque “Deus” não “Deu”, abortou o mundo que O sobreviveu num emaranhado de mentirosos padrões que se transmudam até ao “íssimo cansaço”. Os óculos mecânicos do cientista, cada vez mais grossos, a contornar-lhe a severidade da miopia e a civilização sem pés para andar, oprimida pelas descobertas imbecis, idiotas e estúpidas de intelectuais estudiosos que não tinham amigos na infância e continuam com aparelhos corretores no pé boto direito e a levitar do esquerdo: o Homem na Lua rolando as órbitas dos olhos em contrário movimento gravitacional, vendo a projeção das sombras a rascunhar as aparências dos dias e das noites que passam sempre por nenhures e pelos seres mais distantes.
Mas no meio disto e daquilo, é importante pensar a escola e a perpetuação da rotina do saber. Da falta de deslumbramento. Da falha dos mestres. Dos métodos disléxicos. Das pseudopedagogias de armazenamento lúdico. Do subdesenvolvimento global. Da subnutrição. Das estranhas dinâmicas relacionais envenenadas pelo chumbo da palavra crítica, mórbida, esvaziada de graça ou cheia de indigesta patetice quotidiana sem respiradouros nem horizontes de céu. Dos intermináveis projetos que invadem os horários e os espaços como naturezas mortas em molduras que não os sustentam de forma coerente e integrada. Das passagens semi-administrativas transbordadas de disciplinas negativas. Do pouco saber decorrente de tudo ou nada se ler. De livros e mais livros e de livros sobre livros, como um amontoado de ossos para ali... ou ordenados em estantes... que alimentam a curiosidade e a estranheza de todas as coisas. Da avaliação positiva de tudo, por exaustão - no fim.
Só a arte nos salva. A arte que exorciza demónios, distribui demências e ilumina o macaco de sonho e magia. O macaco que se desenrola em bicos dos pés até às estrelas que não é capaz de tocar.
No ar, um som de teclas brancas e pretas de um qualquer piano com a cauda presa nas cordas bem esticadas pela tensão harmónica. Os dentes de marfim brilhando no animal emprestado à recordação do divino que um dia talvez tenha sido, roendo pautas e mais pautas compiladas em livros e em livros dos livros que explicam o Homem na Lua só porque não gosta da Terra e inventa que não é de cá.

As janelas e as portas permanecem pintadas nas paredes e a chave ilude a abertura mentindo a hipótese da possibilidade. A morte a ouvir, silenciosa e escondida, os versos rimados que sopra aos meninos da casa,
que não hão de crescer,
só para não a ver.

F.C.

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...