quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

UNIVERSO VAZIO, COELHOS BRANCOS E OUTRAS HISTÓRIAS DE CIÊNCIA

O Observador anunciou com o título de cima  o último livro de António Piedade, "Íris Científica 2": aqui.

Transcrevo declarações que fiz aquele jornal que não chegaram a tempo de serem publicadas na pelça.
1. Como descreve António Piedade enquanto comunicador de ciência?

António Piedade é um excelente comunicador de ciência. Bioquímico de formação tem-se dedicado a essa actividade praticamente a tempo inteiro, dando o melhor de si, quer através de artigos, quer  de livros quer ainda de palestras. Destaco o seu papel na escrita de artigos de ciência para a imprensa regional, numa iniciativa do Ciência Viva, uma das actividades mais inovadores de divulgação científica entre nós. Muitos jornais regionais, por vezes paroquiais mesmo,  têm publicado os seus sempre oportunos contributos.  O António tem colaborado comigo na difusão da ciência: pertence ao colectivo do De Rerum Natura, o blogue português de ciência e cultura científica, com mais de 2500 leitores diários e, no Rómulo - Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, tem organizado ciclos de palestras de outros divulgadores, como aconteceu com um recente em que entre outros Jorge Buescu e David Marçal foram convidados.
2. Qual a sua opinião sobre este livro em particular?

Depois do êxito de "Íris Científica 1", que tem sido utilizado por muitas escolas, o "Íris Científica 2" reúne algumas das melhores crónicas sobre ciência do António. A sua escrita está cheia de analogias que ajudam a prender o leitor. Aqui e ali chega a ter um tom poético, mostrando  que ciência e arte se podem cruzar com proveito para ambas as partes. Vou apresentar esse livro com todo o gosto no Rómulo. O livrinho é uma bela e barata  prenda de Natal para quem gosta de ciência.

           3-  Este tipo de livros contribuem para o aumento da literacia científica? Porquê?

Portugal continua a  ter um défice de cultura científica, apesar da maior atenção prestada à ciência pelos media nas últimas duas ou três décadas. A cultura científica passa completamente ao lado do actual governo, o que não pode deixar de ser estranhado uma vez que o ministro Nuno Crato cultivou essa actividade no passado. Quem o viu e quem o vê... A cultura científica tal como a história da ciência foram das primeiras áreas a ser cortadas neste insensato abandono da ciência. O ministro já soube mas esqueceu-se que não pode haver ciência sem apoio da sociedade à ciência e esse apoio exige uma maior literacia  da população. Livros como os do António Piedade contribuem decerto para isso.

Nota: O autor envia livros autografados pelo correio. Para isso solicite o seu exemplar pelo email apiedade@ci.uc.pt

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