sábado, 12 de dezembro de 2015

Os "Diálogos" que me surpreenderam


Quando há uns dias verifiquei a caixa do correio, constatei que finalmente recebera uma encomenda esperada: era o novo livro do António Piedade, Diálogos com Ciência. Este livro acabou por ser uma surpresa em vários aspectos, como irei explicar. Antes, importa referir do que trata o seu conteúdo.


Como o autor já nos tem vindo a habituar, este é um livro de divulgação de ciência que aborda temas muito variados - da bioquímica, passando pela biologia celular e do desenvolvimento, indo até às ciências físico-químicas - mas sempre de modo simples e recorrendo a situações do quotidiano. O prefácio, de Carlos Fiolhais, faz uma boa introdução ao livro, e pode ser lido aqui

Quando comecei a ler o livro, esperava um conjunto de textos na linha das publicações anteriores, em que o autor pegava em artigos publicados em revistas científicas ou em descobertas de investigadores e que os explicava de modo acessível ao leitor leigo, como tem vindo a fazer com maior mestria ao longo dos anos. Foi uma expectativa gorada, porque encontrei algo completamente diferente: diálogos entre personagens, normalmente entre crianças/jovens e adultos, em que uns mostravam curiosidade e outros forneciam explicações, não de um modo "escolar", como se de uma relação aluno-professor se tratasse, mas numa sequência de conversas informais entre pessoas próximas. No entanto, apesar da forma não ir ao encontro do que esperava, não vejo isso como uma crítica mas antes como uma vantagem, e foi por isso que me surpreendi: o autor reinventou-se! Em vez de uma "Íris Científica 3" que esperava, deparei-me com algo inovador (embora já com alguns textos conhecidos, que aqui foram compilados). 

Outra surpresa, está relacionada com o público-alvo e com a receptividade do livro. Pensei eu que o público-alvo deste livro, pela maneira como está escrito e devido aos seus personagens, seria mais indicado para uma camada jovem ou até mesmo infantil. Enganei-me, porque os adultos que leram o livro adoraram-no. E descobri isto de modo casual: havia deixado o livro em cima da mesa e, num fim-de-semana em que estava com a casa cheia, as pessoas começaram a ler o livro e ficaram deslumbradas. Mas mais do que isso, gerou-se um burburinho em torno do livro, em que iam comentando certas histórias descritas pelo autor, assim como iam sugerindo que o livro deveria ser lido pelos seus conhecidos. Há muito tempo que não via esta reacção genuína por causa de um livro! E nem todos os intervenientes eram leigos, alguns eram profissionais da área das ciências. 

Assim, concluo que este livro é uma boa oferta não só para os mais jovens mas também para adultos, sejam eles leigos ou com conhecimentos científicos. Ou seja, é um livro que enquanto obra de divulgação científica cumpre o seu objectivo de levar o conhecimento a um público vasto. 

Aguardo o próximo projecto do autor.

(Nota do António Piedade: Quem estiver interessado num exemplar envie um email para apiedade@ci.uc.pt)

Sem comentários:

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...