O ano de 2015, como aliás todos os anos, teve luz e teve
sombra. Teve muita luz pois foi, por decisão da UNESCO, o Ano Internacional da
Luz. Em todo o mundo multiplicaram-se os eventos que, entre outros aniversários
luminosos, celebraram os cem anos de uma obra maior do espírito humano: a
teoria da relatividade geral de Einstein, que descreve o cosmos desde o o Big Bang aos buracos negros. Passados
cem anos a luz de Einstein continua viva.
Mas o ano foi também ensombrado. Por ironia da história foi
em Paris, a “cidade luz”, que alberga a
sede da UNESCO onde foi inaugurado o Ano da Luz, que se escreveu uma das
páginas mais negras da nossa história recente: foram ceifadas 130 vidas
inocentes, lembrando-nos que o ser humano, eivado do fundamentalismo, se é
capaz do melhor é-o também do pior. A União Europeia vive tempos difíceis, ao
ter de enfrentar a questão do terrorismo
e outras, com ela relacionadas, como a dos refugiados. Tudo isto num clima de
crise económica.
Em Portugal o acontecimento
do ano foi a entrada em funções do novo governo, resultado para muitos surpreendente das
eleições de Outubro. A solução governativa liderada por António Costa veio
relançar a política no nosso país após um período em que ela esteve adormecida.
Mudanças nalguns sectores eram necessárias e estão a ser feitas. Destaco uma: foi posto fim a um período de algum apagamento
da ciência entre nós. Se há uma marca do
desenvolvimento em Portugal após 1974 ela foi o Big Bang da ciência, com o crescimento do número de doutorados e de
instituições científicas que os acolhem. Agora, após quatro anos escuros, a ciência
será de novo relançada, esperando-se que ela possa contribuir para o nosso crescimento cultural,
social e económico.
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