Seu amor era feito de recato,
de dedicação, pequenos serviços,
total entrega e suave acato,
de sentimentos fundos mas omissos.
Omnipresença que se apagava,
fogo que ardia e não se via,
chama que, secreta, se atiçava,
silêncio que, tão alto, se ouvia.
Vida feita de gestos recolhidos,
sempre próxima, mas tão sossegada,
contendo sempre a fome dos sentidos.
Porém, quando a morte se fez chegada,
lançou-se à água, em aberto ostento
de amor que fora seu oculto sustento.
Eugénio Lisboa
Mariana é uma das minhas personagens femininas preferidas.
Extraordinária criação de Camilo, num dos seus mais belos livros, Amor de Perdição.
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