terça-feira, 7 de novembro de 2023

MAIS PENSAMENTOS SOBRE A GUERRA

Toda a gente, quando a guerra anda no ar, aprende a viver com um novo elemento: a mentira.
Jean Giraudox 

Temos o poder de fazer, desta, a melhor geração da humanidade, na história do mundo – ou fazer, dela, a última.
John F. Kennedy

Mas, na guerra moderna… morrerás como um cão, por razão nenhuma.
Ernest Hemingway

A guerra existirá até ao momento em que o objector de consciência gozar da mesma reputação de que goza hoje o guerreiro.
John F. Kennedy

Eu lancei a frase – “A guerra para pôr fim a todas as guerras” – e esse não foi o menor dos meus crimes.
H. G. Wells

Desejamos lei mundial, na idade da autodeterminação – rejeitamos guerra mundial, na idade da maciça exterminação.
John F. Kennedy

A maneira de ganhar uma guerra atómica é fazer com que ela nunca comece.
General Omar Bradley

A paz é não só melhor do que a guerra, mas infinitamente mais árdua.
George Bernard Shaw

O que há de pior, logo a seguir a uma batalha, é uma batalha ganha.

Duque de Wellington (vencedor de Napoleão em Waterloo) 

Seleccionadas e traduzidas por Eugénio Lisboa

3 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Como evitar pensar que a humanidade nunca saiu do estado de barbárie? Como compreender e tolerar que os governos e as suas forças armadas se manifestem sempre dispostos a cometer as maiores brutalidades e desumanidades pela simples expectativa de poderem vencer uma guerra, quando todos sabem que isso é a maior estupidez? Acaso algum agressor, algum invasor, algum terrorista, algum carniceiro com voz de comando, acredita poder obter com a guerra algo que não consegue por outros meios?
Só a destruição e o inferno, para gáudio e delírio sádico dos que fazem do ódio e da vingança a razão de ser do poder que detêm.
Mas é sobre este poder usurpado, imposto, esmagador e monstruoso que é preciso consciencializar a humanidade.
Continuamos, como há vários milénios, a comportar-nos como ovelhas e carneiros, como um rebanho. Mesmo nas democracias, com todas as vantagens de podermos protestar e discordar e de tentar mudar, as estruturas políticas, estaduais, militares, seguem um modelo de exercício e de transmissão, distribuição, delegação de autoridade, que obedece a um rígido esquema autoritário e hierárquico, ou seja, que se sobrepõe e suspende, quando não anula os mecanismos democráticos e as garantias dos direitos dos indivíduos, mesmo dos cidadãos.
Quem desencadeia uma guerra sabe disso, sabe que, ao colocar outros países em situação de guerra, os arrasta para essa contingência de crise dos direitos e liberdades.
A gravidade do ato de desencadear uma guerra é por aquilo que ela é, mais por aquilo que ela visa, mais por aquilo em que se transforma. Tudo consequências catastróficas, absolutamente dolosas e condenáveis, tanto mais quanto são previstas pelo agressor e é por serem tão graves, que ele desencadeou a guerra, caso contrário, não o teria feito.
Até quando estaremos à mercê das máquinas de guerra? Até quando estaremos à mercê desse poder absoluto de desencadear uma guerra?
A humanidade foi capaz de impedir o poder absoluto dos reis, mas não foi capaz de acabar com a tirania, com os déspotas, os ditadores. A humanidade não foi capaz de impedir que alguém desencadeasse uma guerra.
Enquanto esta realidade se mantiver, ninguém está a salvo de uma guerra. Nenhum pacifista se deixará matar sem dar luta. Nenhum objetor de consciência reclamará para si a defesa e a paz que ele próprio não quer providenciar.
Estaremos condenados a ser arrastados para a violência e a perpetuar este modo de coexistência incontrolável? Será a barbárie uma condição humana que nos é imposta sem podermos escolher?

Anónimo disse...

"Nenhum pacifista se deixará matar sem dar luta."

Acabou de responder a todo o seu post com esta frase, que significa que o pacificista também (pode) guerrear.

Deixando de lado conceitos morais e religiosos, a capacidade de matar e fazer guerra faz parte da nossa espécie, da mesma maneira que está mais do que estudado que faz parte do comportamento dos nossos primos chimpanzés. Os chimpanzés também patrulham, organizam-se em bandos, e farão guerra e mortos em casos de disputas por territórios, alimentação e desequilíbrios no nº de fêmeas por cada grupo.

Há no entanto uma diferença fundamental entre a nossa espécie e a dos chimpanzés, que é a cultura, a capacidade de transmissão de conhecimentos a longo prazo.

Quando a nossa espécie como a perceber que depois de ter acesso a terra e água as populações se tinham de juntar para proteger um bem em comum, tiveram de ser organizar em sociedade, o que levou à especialização de trabalho, ao aumento das técnicas produtivas, ao aumento populacional, o que inevitavelmente levou à defesa dessa mesma terra e água e à necessidade de procurar mais terra e água, logo a reentrarem em guerra ou obrigarem o outro a submeter-se. Mais derrotados a trabalharem, maior especialização em todos os níveis.

Está a ver a escadinha? A guerra humana pela produção, bem ou mal, levou à cooperação, ao comércio, às línguas ao direito, à filosofia, e sim, à ciência, e tudo isto misturado, sem falar na gigantesca melhoria das condições de vida, possibilitou a paz a longo prazo.

O que se passa ali na Palestina? Provavelmente uma luta pela terra e pela água. Se não querem cooperar ou coexistir, a luta infelizmente continuará.

Eugénio Lisboa disse...

A ideia de que só a guerra consegue resolver certos conflitos e que ela "faz parte da nossa espécie), é uma ideia que merece ser escrutinada. Gandhi conseguiu escorraçar o poderoso exército britânico, sem fazer guerra. Que eu saiba, pela investigação do grande cientista Julian Huxley, os únicos animais que organizam guerras são os seres humanos e as formigas. Não os chimpanzés. Guerra é um conceito que envolve exércitos organizados contra exércitos também organizados, com uma estratégia bem definida de destruição do adversário. Os chimpanzés não fazem nada que se pareça com isso. Também já se pensou que as perseguições religiosas "faziam parte da nossa espécie" e, hoje em dia, muitas religiões, inclusivamente a católica, deixaram-se disso. O ser humano tem sabido adaptar-se aos condicionamentos exteriores e, agora que o poder destrutivo das guerras se tornou apocalíptico, não percebo por que não saberá adaptar-se à ideia de que a guerra cria mais problemas do que aqueles que pretende resolver.
Que haja nos nossos genes um instinto de luta, é uma coisa muito diferente de lá haver um instinto de luta ORGANIZADA EM EXÉRCITOS. Isso parece-se muito com ciência de feiticeiros e não de cientistas. Bertrand Russell aconselhava-nos, para darmos escoamento a esse instinto de luta, a lermos, com emoção, livros policiais ou praticarmos um desporto vigoroso e mesmo um pouco violento. Não precisamos de despejar bombas altamente destrutivas sobre cidades inteiras, para darmos resposta aos nossos instintos de luta. Parece-me, francamente, uma solução bárbara e imbecil, para resolver pulsões facilmente resolúveis de outra maneira. Os maiores opositores de guerras, que conheço, são grandes generais que nelas estiveram e sabem bem o que elas representam. O grande Wellington, que derrotou Napoleão, em Waterloo, depois de uma batalha, baixava à cama, com uma horrível depressão, de tal modo o revoltava o aspecto daquelas carnificinas. De aí, dizer que a coisa pior que havia, a seguir a uma batalha, era uma batalha ganha. Ou, por outras palavras, não havia guerras boas. Dizer que as guerras são "inevitáveis" é reaccionário e criminoso. Tão criminoso é Israel, como Putine, como o HAMAS, como o HEZBOLAH, como Teerão, como os Talibans, etc. etc.

CARTA A UM JOVEM DECENTE

Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente .  N...