quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

MARIA DO CARMO VIEIRA NO PÚBLICO


Vale a pena ler Maria do Carmo Vieira:

"Professora de Português e de Francês, leccionei a última disciplina até ao dia em que retiraram os textos literários do seu ensino, substituindo-os por queijos, bandas desenhadas sem qualidade alguma e canções vulgares de letra chã. Mas o mais grave foi o que aconteceu com a disciplina do 12.º ano de Francês, de Humanidades, aquando da famigerada Reforma de 2003, com a agravante, e vem sendo habitual, de as alterações serem feitas pretensamente em defesa dos alunos. Foi assim que o “Enciclopedismo”, a “Segunda Guerra Mundial” e o “Holocausto” desapareceram do programa de Humanidades, um termo a sublinhar, porque é o pensar que está em causa. Com efeito, esses alunos, que, ao longo dos anos, e na sua maioria, sempre haviam demonstrado um imenso interesse pelas temáticas referidas, foram inesperadamente considerados “demasiado jovens para abordar a violência que representava a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto”. “Cansados estavam eles”, segundo diziam ainda, “da violência da guerra quotidianamente transmitida na televisão”. “O que queriam era vida e não morte”. Eis o que ouvi."

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https://www.publico.pt/2020/02/04/sociedade/opiniao/desprezarmos-memoria-bastara-acendalha-fogo-sera-devastador-1902849


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