Informação recebida do Observatório Astronómico de Lisboa:
Entre 4 de julho e 16 de
agosto de 2018 decorreu uma consulta pública organizada pela Comissão
Europeia sobre as disposições relativas à existência do Regime da Hora
de Verão.
Qualquer cidadão interessado ou instituição pôde participar nesta
consulta e teve a oportunidade de indicar a sua preferência entre duas
opções: 1) continuar com a mudança da hora na altura do verão (Regime da
Hora de Verão); 2) manter o mesmo regime de hora durante todo o ano.
Esta consulta surgiu na sequência de pedidos de cidadãos, do Parlamento
Europeu e em particular da insistência de dois Estados Membros
(Finlândia e Lituânia) para que a diretiva em vigor fosse revista.
Esta consulta pública obteve 4,6 milhões de participações entre os
vários Estados-Membros. A maioria das participações veio da Alemanha
(68%) enquanto que, por exemplo, Portugal apenas contribuiu com 0,7% das
respostas. A grande maioria das respostas desta amostra (84%)
manifestou-se a favor de pôr fim à mudança da hora.
Note-se que esta amostragem é estatisticamente enviesada e, por isso,
não representa com significância a opinião média dos povos na UE.
A Hora Legal em Portugal é
mantida e fornecida pelo OAL e o seu diretor é também presidente da
Comissão Permanente da Hora. Esta comissão é um órgão consultivo do
Governo que inclui ainda representantes dos Ministérios e das Regiões
Autónomas. Neste contexto, o OAL elaborou um parecer científico sobre
este tema, no qual se mostram os fatores positivos associados e se
defende a manutenção do Regime da Hora de Verão na UE. Este parecer
encontra-se disponível neste link:http://oal.ul.pt/documentos/2018/09/relatorio-hora-l…o-ue-agosto-2018.pdf
Em resumo, neste estudo
discutem-se vários cenários possíveis da Hora Legal. Por um lado
analisam-se os impactos que a cessação da Hora de Verão teria, em duas
situações: a) mantendo a hora UTC todo o ano, ter-se-ia o sol a nascer
perto das 5h na altura do verão, ou seja, uma madrugada de sol
desaproveitada seguida dum final de tarde com menos 1 hora de sol,
fatores que não são positivos nas atividades da população; b) mantendo a
hora UTC+1 todo o ano, o sol nasceria entre as 8h e as 9h durante 4
meses do ano, no inverno, com impactos negativos.
Por outro lado,
argumenta-se em detalhe que a manutenção da mudança da hora no verão é a
melhor solução para o país. Abordam-se ainda os dois fatores mais
debatidos na opinião pública: o impacto na poupança de energia, que é
positiva mas diminuta e o impacto na saúde através da perturbação do
sono, que é mínima de acordo com estudos da especialidade.
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