O livro Contra la nueva educación. Por una enseñanza basada en el conocimiento, publicado em 2016 (Barcelona, Plataforma Editorial) foi escrito por um professor de Música do ensino secundário.
Lecciona numa escola espanhola, mas se leccionasse numa portuguesa ou de um outro qualquer país ocidental, poderia fazer a mesma análise e chegar às mesmas conclusões.
Partindo da sua prática, do que lê, do que vê, do que faz, analisa, de um modo perspicaz, a reforma curricular em curso. Não se limitando ao nível micro - da escola - nem ao nível macro - do país -, vai até às orientações/pressões das entidades que determinam, de facto, as políticas educativas, entidades que têm um marcado interesse em que o conhecimento fundamental não chegue a todos.
A questão que coloca é mesmo essa: a do conhecimento que a escola oficial tem obrigação de facultar a todos e que não faculta.
A razão é simples: porque tal não interessa a quem tem o poder de decidir o currículo.
Retoma o autor a “figura” que nos é familiar: quem mais poder tem decide o que se aprende, para quê e como. E o poder é, agora, o económico à escala mundial.
Numa sofisticada e sedutora retórica, esse "poder" reúne à sua volta um séquito de especialistas (que costumam ser apresentados como pedagogos, psicólogos e, mais recentemente, neurocientistas, mas onde há representantes de todos os quadrantes disciplinares), que tratam de convocar bons princípios para afastar a cultura que é específica da escola, introduzindo, a “felicidade ignorante” e “a empregabilidade ocasional”.
Nesta dupla linha, esmiúça alguns dos dogmas que perpassam a retórica curricular, notando a sua falta de discussão, a pseudodiscussão ou a discussão enviesada.
O livro foi, assim, para Royo, como ele próprio o afirma como um "acto de resistência, de legítima defesa", como tentativa de "não cair em desânimo".
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1 comentário:
"Por una enseñanza basada en el conocimiento" - Alberto Royo
Um ensino que não seja baseado no conhecimento não é ensino! Uma escola sem professores que ensinem e alunos que aprendam não é uma escola!
A escola poderá ser inclusiva, mas isso não pode implicar que a esmagadora maioria dos alunos adolescentes do ensino secundário sejam tratados como atrasados mentais, como pretendem os pedagogos do Aprender a Aprender!
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