quinta-feira, 10 de agosto de 2017

"Aprendizagens essencias": do tempo necessário à sua integração no contexto escolar ao tempo disponível

"Do que estamos a falar é da possibilidade de gerir a carga horária - 
que se vai manter igual para projetos educativos - para haver trabalho , 
interdisciplinar multidisciplinar e dedicação a temas em concreto.”
João Costa, Secretário de Estado da Educação.

Neste mês de Agosto (de férias para a maior parte dos professores e dos directores escolares), o Ministério da Educação publicou os primeiros (só os primeiros) documentos curriculares designados por “Aprendizagens Essenciais”, que constituirão o “denominador curricular comum para todos os alunos”, a “base comum de referência” do ensino básico e secundário (ver aquiaqui e aqui).

Ainda que, no ano lectivo que se inicia em Setembro, o seu uso não seja generalizado, ficando limitado a algumas turmas de início de ciclo em escolas que, segundo a tutela, se disponibilizaram a “experimentá-los”, seria do mais elementar bom senso prever um período de tempo razoável para que os professores pudessem estudá-los com a devida atenção e, em função disso, preparar o seu ensino.

Ensino que, a avaliar pelas determinações contidas nesses documentos, requererá alterações substanciais sobretudo em termos de metodologias e modos de articulação colegial. Na verdade, o trabalho de projecto a partir de temas, com abordagens inter e multidiscipliares, para que possa dar frutos em termos de aprendizagem, requer uma planificação cuidada, cenários didácticos devidamente ponderados, construção de instrumentos de avaliação, etc.

Previamente a tudo isto, partindo do conceito de "flexibilização", agora estabelecido, as escolas terão de reorganizar o currículo para as turmas integradas na experiência: articular disciplinas, escolher temas de ligação, refazer horários, etc.

Com tão pouco tempo até ao início de um novo ano escolar, o Ministério da Educação não poderia nunca pedir tamanha tarefa a escolas e professores, mas, por seu lado, as escolas e os professores têm o dever de não aceitar tarefas que não podem cumprir devidamente, como é o caso.

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