Surgida há mais de 5000 anos, na Mesopotâmia, acredita-se que por engenho dos sumérios, usando pontas de madeira ou de osso em forma de cunha, sobre barro (escrita cuneiforme), a palavra escrita desenvolveu-se como uma outra via de comunicação que, embora de uso muitíssimo mais restrito, possibilitou ao homem divulgar os seus conhecimentos muito para além do seu tempo e espaço geográfico.
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Na Idade Média escrevia-se com penas, no geral de ganso, cuja ponta de molhar no tinteiro era fendida. Esta modalidade de escrever durou séculos e, daí que a palavra “pena” ainda hoje é usada como sinónima de caneta.
O uso de aparos metálicos, já tentado séculos atrás, só se generalizou no século XIX, invadindo escolas, escritórios e o mundo dos escritores.
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Dispensando o uso do tinteiro, este novo invento podia andar no bolso do seu utilizador. A primeira patente deste tipo de caneta data de 1844, tem a assinatura do americano Lewis Edson Waterman (1837-1901) e ficou conhecida como “caneta de tinta permanente”.
Nestas canetas, a abertura que dá passagem à tinta, do reservatório para o aparo, é suficientemente fina, permitindo que a pressão atmosférica, à superfície da Terra, impeça a sua saída.
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O jornalista húngaro Laszló Jozef Biró (1899-1985), inspirado num dispositivo patenteado em 1888, por John Jacob Loud (1844-1916) que permitia escrever usando a quantidade de tinta estritamente necessária, que secasse imediatamente, concebeu colocar uma pequena esfera na ponta do reservatório que, ao deslocar-se sobre o papel, isto é, ao escrever, rolava, trazendo para fora a tinta sem o destapar.
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Nascia aqui a caneta esferográfica.
Esta nova patente foi vendida em 1944 à empresa americana Eversharp-Faber e ao industrial francês Marcel Bich, tendo sido este que a fabricou e lançou no mercado, em 1949, com a designação de “Bic”.
Dez anos depois, as Bic entraram no mercado americano e foi, a partir daí, que tiveram a explosão comercial à escala do planeta, que todos conhecemos.
A. Galopim de Carvalho
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