sábado, 11 de janeiro de 2025

Uma polémica cultural à portuguesa

Depois de uma polémica cultural à portuguesa, pouco renhida e logo esquecida, ou, pelo menos, cuidadosamente omitida no momento de pompa e circunstância, lá foram, na passada semana, os restos mortais de Eça de Queiroz parar a Santa Engrácia. 

Os amáveis votos que se dirigem a quem falece - "Descanse em Paz" - não se aplicam, por certo, ao escritor: rumou de Paris para o cemitério do Alto de São João, depois para o cemitério de Santa Cruz do Douro e, agora, voltou a Lisboa.
 
Não acompanhei a cerimónia, não me interessou. Passei os olhos por duas ou três fotografias: um  cenário dejà vu, triste, apesar de tudo estar no seu devido lugar e muito bem apresentado. Diferente seria se dedicássemos igual esforço a pensar em como levar a ler e a amar, na escola pública, as páginas que Eça escreveu.
 
Faço minhas as palavras de Eugénio Lisboa, que bem tentou que Eça ficasse para a eternidade, onde estava: "eu acho", escreveu "que o único Panteão adequado a um grande e vital escritor é a permanência dele no coração dos seus múltiplos leitores" (aqui). E os leitores fazem-se (diria eu, sobretudo,) na escola.
 
Aqui ficam alguns dos textos que Eugénio Lisboa publicou sobre essa polémica que, a bem dizer, parece nunca ter existido:
- TRASLADAÇÃO DOS RESTOS MORTAIS DE EÇA DE QUEIROZ PARA O PANTEÃO (aqui)
- POR FAVOR, NÃO PANTEONEM O EÇA! (aqui)
- AVISO POR CAUSA DA MORAL, DO BOM SENSO E DA LEGALIDADE (aqui)
- EÇA DE QUEIRÓS NÃO ERA “PESSOA DE BEM” (aqui)
- O PANTEÃO DE UM ESCRITOR SÃO OS SEUS LEITORES (aqui)
- EÇA NO PANTEÃO NÃO TEM ADESÃO (aqui)

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