Vários jornais reproduzem a notícia veiculada pela Agência Lusa: a UNESCO acaba de publicar uma actualização do seu relatório de monitorização da educação saído em 2023 (Technology in education – A tool on whose terms? Ver também aqui e aqui). Nesta "actualização especial" com o título To ban or not to ban? Monitoring countries’ regulations on smartphone use in school
(ver aqui) destaca o seguinte:
Aumenta o número de países que proibiram o uso de telemóveis nas escolas desde 2023. São agora, no início de 2025, 79. Há países que não adoptaram essa proibição, mas alguns dos seus estados ou regiões e, também, escolas fizeram-no;
A monitorização que está a ser feita da proibição (em Espanha, no Reino Unido e na Bélgica) indica vantagens da mesma nos aspectos que têm sido reiteradamente indicados como críticos: melhoria da concentração e dos resultados académicos em especial dos alunos com mais dificuldades de aprendizagem; recuperação da autoestima sobretudo em raparigas; redução de situações de bullying,
A UNESCO alerta para o facto de o uso das tecnologias digitais, com destaque para os telemóveis com acesso a redes sociais, poder ser "um bloqueio para a educação", Por isso, "só a tecnologia que tenha um papel claro no apoio à aprendizagem deve ser permitida na escola.
Esta organização não recomenda um proibicionismo cego dessas tecnologia, pelo contrário, destaca a importância de os países, os estados, as regiões e as escolas atenderem a necessidades particulares dos alunos, bem como de lhes ser proporcionada aprendizagem sobre os riscos que lhes estão associados e as possibilidades de uso que devem ser aproveitadas.
Vale muito a pena ler a dita "actualização" e ver o vídeo que a acompanha:
4 comentários:
Em Portugal, um dos argumentos mais estrambólicos, contra uma proibição racional do uso avassalador dos telemóveis pelos alunos das escolas básicas e secundárias, é da autoria do Doutor Filinto, o chefe dos diretores das escolas, para quem uma tal proibição seria contraproducente, dado que, convém lembrar, o fruto proibido é o mais apetecido ...
Com argumentação deste quilate, corroborada pelas associações de encarregados de educação e por muitos professores, que também se deixaram avassalar pelos telemóveis e demais tecnologias digitais, os meninos e as meninas têm carta branca para manter, ou aumentar, o nível de indisciplina e violência que se vive todos os dias nas escolas que frequentam.
Caro Leitor
Tem-se alegado em matéria de telemóveis que é preciso explicar em vez de proibir... Ora, proibir não significa deixar de explicar; na verdade, é preciso explicar. Uma coisa não colide com a outra.
Pensemos: optar por explicar, sem proibir, significa que tudo o que coloca os menores em perigo pode ser deixado ao seu alcance e que eles, com a explicação, agem sensatamente? Tenho dúvidas de que assim seja. E o próprio sistema de ensino também terá: o currículo prevê que se expliquem os efeitos contraproducentes do açúcar mas, em simultâneo, proíbe-se que se vendam produtos com açúcar nas escolas. O açúcar, que não faz bem à saúde, proíbe-se; os telemóveis, que têm os efeitos nocivos (nomeadamente de "adição") que não podemos ignorar, mantêm-se, na esperança, talvez, de que a explicação por si só, resulte.
Cordialmente, MHDamião
Telemóveis nas escolas deveriam ser expressamente proibidos. Filmam pessoas e gravam conversas sem autorização, distraem-se nas aulas, fazem bullying com colegas e professores, uma falta de ética sem precedentes. Aqui há tempos, duas adolescentes foram juntas à casa de banho, uma filmou a outra a urinar e colocou na Net o ato da amiga com o rosto bem visível. O reino das cabras à distância de um clique, cheio de episódios desta natureza com sérias consequências para as vítimas.
Os pais deviam ser os primeiros a exigir a legalização desta proibição.
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