segunda-feira, 4 de novembro de 2024

"O problema não é meramente americano. É mundial"

Vale muito a pena ler o artigo do jornal Público que indico de seguida

 
Mais do que uma análise do estado da América, reflectido nas eleições para o Governo, é uma análise do estado do mundo em que vivemos e, em última instância, da nossa condição humana. Diz Onésimo Teotónio Almeida na sua última resposta:

"... apercebo-me cada vez mais daquilo que defendi num livrinho de 2010 intitulado De Marx a Darwin. O lado animal do ser humano, hoje, está cada vez mais à solta, mesmo na América, que durante 250 anos nos fez acreditar que era possível controlar a besta obrigando-a a conviver civilizadamente. O problema não é meramente americano. É mundial. E é isso que me preocupa sobremaneira."

7 comentários:

Mário R. Gonçalves disse...

É a dominância do cérebro reptiliano. Talvez uma mutação? Mas não por igual em toda a parte, claro. Precisa de estímulo social (medo) e não se dá bem com sociedades sábias e cultas.

Anónimo disse...

A idolatria do dinheiro, e das bombas nucleares, mostra a sua face. A "Natura" do Homem é o que é. Se não houver uma "Cultura" que consiga reprimir os instintos malignos do Homem, como acontece no mundo atual, mesmo já ao nível das escolas e do homem de rua, a nossa civilização, pelo menos, caminha para o fim. Veja-se o caso de Portugal: após o 25 de Abril de 1974, a Igreja Católica foi afastada do Poder e, até ver, nada a veio substituir. O dinheiro e a libertinagem desbragada são sinónimos de morte.

Carlos Ricardo Soares disse...

Nada poderá contrariar a natureza humana. De qualquer modo ela seguirá o seu curso, mais ou menos estropiada, ou não seguirá. Alguns clamam que devia haver um poder divino que resolvesse os nossos problemas. Todos os problemas são humanos. Só os humanos poderão tentar resolvê-los. Há quem se arrogue poderes divinos para proferir ameaças e desencadear ações. Tudo isto nada mais é do que a natureza humana a funcionar. Todos se queixam do mesmo. Até os que paradoxalmente invocam poderes divinos no meio da tragédia e da morte, são expressão da natureza humana. Até que ponto e em que condições devemos respeitar a natureza humana? De um Hitler, de um Putin, de um Trump?...Provavelmente alguns têm razão, uns mais razão do que outros, mas quanto às soluções dos problemas tudo o que podemos fazer, tudo o que sabemos fazer é agir de acordo com a nossa natureza. E cada um não poderá, nem saberá fazer mais do que aquilo que é o seu entendimento de "dever-ser". Por isso é tão importante o entendimento pelo diálogo, em vez da sujeição pela guerra. Esta dita um dever-ser baseado na violência e o entendimento pelo diálogo dita um dever-ser baseado na legitimidade do poder. Mas como conseguir que prevaleça o entendimento pelo diálogo se a violência apresenta perspetivas mais interessantes, sobretudo nas situações em que se não pode fugir a ela?

Anónimo disse...

Eu gosto da natureza humana. Os animais seguem a sua natureza e são felizes. O problema é acharmos que somos divinos quando somos animais. Deveríamos cumprir a nossa natureza.Voltar à tribo, caçar, pescar, tirar o fruto da árvore, viver na caverna, desenhar o rupestre e a conviver com o semelhante. Felicidade é viver simples e ser simplesmente. Deus fez-nos nus, sem dinheiro e sem tecnologia e viu que era bom.Tudo o resto é invenção, ganância e desperdício.

Anónimo disse...

Eu diria mais: a fala (e a escrita) serve para escondermos o que pensamos; e com todos a opinar, é uma dor de cabeça. Recuemos mais e calemo-nos, ou, quando muito, "grunhemos".

Anónimo disse...

Já reparou que a mais encarniçada ideologia termina na sua menor expressão? É só concretizar…

Carlos Ricardo Soares disse...

Em qualquer circunstância, mesmo das que o anónimo referiu, e até o facto de ter referido, estamos perante o que é da natureza humana. Gostar ou não gostar da natureza humana, é da natureza humana. A criação de Deus também. O nosso problema nuclear é mais da condição humana, social, cultural, política, económica, de cada um do que da natureza humana.

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