segunda-feira, 4 de novembro de 2024

CARTAS DE AMOR RIDÍCULAS

Ainda e sempre Eugénio Lisboa.
Um dos sonetos que nos confiou.

Alguns escritores, preocupados
com serem muitíssimo escritores,
sujeitam-se a enormes cuidados,
fazendo, de si próprios, censores.

Não escrevem cartas de amor ridículas,
não vá a posteridade gozar!
Catam, nas cartas, nódoas e películas,
que manchem a imagem que vão deixar.

Amor, sim, mas nada de estragar
lugar na Academia de Ciências!
Um ar sumptuoso fica a matar,

pra uso de pompas e circunstâncias.
Mas cartas de amor desataviado,
só pra Garrett ou outro tarado!
                                                            Eugénio Lisboa

Sem comentários:

OBRIGADO, JL e JCV!

 Minha última crónica no JL: Sou leitor fiel do JL- Jornal de Letras, Artes e Ideias desde o primeiro número, que já saiu há 44 anos. Rec...