Ainda e sempre Eugénio Lisboa.
Um dos sonetos que nos confiou.
Alguns escritores, preocupados
com serem muitíssimo escritores,
sujeitam-se a enormes cuidados,
fazendo, de si próprios, censores.
Não escrevem cartas de amor ridículas,
não vá a posteridade gozar!
Catam, nas cartas, nódoas e películas,
que manchem a imagem que vão deixar.
Amor, sim, mas nada de estragar
lugar na Academia de Ciências!
Um ar sumptuoso fica a matar,
pra uso de pompas e circunstâncias.
Mas cartas de amor desataviado,
só pra Garrett ou outro tarado!
Eugénio Lisboa
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