Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossível alhearmo-nos, outra vai em quatrocentos dias e há que lhes somar algumas de menor escala e dezenas de conflitos armados por todo o mundo.
Devemos perguntar: o que é feito do pacto das nações para "preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra", para "praticar a tolerância e viver em paz"? O que é feito dos valores éticos que tínhamos por estabelecidos. Pensávamos: aqui chegados, aqui estamos e será para sempre.
Não foi. Enganámo-nos: um a um esses valores esboroaram-se, deixámos que isso acontecesse. A privacidade, a tolerância, a igualdade, a liberdade, a fraternidade (uma das bandeiras do Iluminismo, quem fala dela?) a democracia... a paz e, acima de tudo, a dignidade humana tornaram-se palavras a que nada corresponde. E isto tudo é humano. Todo o esforço de compreensão que possamos - e devamos - fazer tem de partir desta assumpção.
Preâmbulo (aqui).
NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla.E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso económico e social de todos os povos.
Sem comentários:
Enviar um comentário