Soneto de Eugénio Lisboa:
PERGUNTAR É PRECISO
Se não há vida para
além da morte,
se o nada é o que nos
espera,
e o existir não teve
nenhum norte,
viver ou não viver
tanto fizera.
Mas o não ser é algo
que se entenda?
Mas o que será afinal o
nada?
Haverá o que do nada dependa?
Será o nada a alma
empalada?
Só nos resta, na vida,
perguntar,
mesmo sabendo que não
há resposta:
feita a pergunta, paira
no ar
a suspeita de que nos é
imposta
uma vida a buscar, na
escuridão,
motivo para a nossa
servidão.
Eugénio Lisboa
26.08.2021
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