domingo, 21 de junho de 2020

NA CIÊNCIA E ENSINO SUPERIOR NÃO HÁ QUALQUER REFORÇO ORÇAMENTAL

Transcrevo com a devida vénia texto de Gonçalo Leite Velho no Correio da Manhã de 21-6-2020. Concordo. Aos profissionais de saúde deram-lhes jogos da bola. Aos investigadores e professores nada. 
O actual Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é um vazio, dali só pode sair nada. Que saudades de José Mariano Gago! 

RETOMA

Durante o confinamento houve muitas promessas de que tudo seria diferente. Agora percebíamos a importância do Serviço Nacional de Saúde. O Ensino Superior seria fundamental para a requalificação da economia e a Ciência mais ainda. No meio destes arrebates houve até quem lembrasse os salários de milhões de futebolistas e os comparasse com os salários e contratos de miséria dos cientistas. Todos dissemos que "as coisas têm de mudar". 

Saídos de casa, eis que a vontade esmorece no orçamento suplementar e no programa de estabilização económica e social. Na Ciência e Superior não há qualquer reforço orçamental, nem mesmo para as perdas de receitas, despesas acrescidas ou ação social (que tem perdas significativas). Na Educação, afinal os 400 milhões são de fundos europeus, e já tinham sido programados na transição para o digital. Estamos de volta ao antigamente.

 Mas parece que o confinamento também infetou os portugueses de indiferença. Individualmente, há quem veja se lhe toca um bocadinho. O que significa que se perdeu o sentido de comunidade e coletivo. Temos consciência do que acontecerá se continuarmos neste caminho? 

Gonçalo Leite Velho 

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