Aos leitores com interesse nos desígnios traçados para Escola, no seu sentido mais abrangente, e catapultados pela Covid-19, recomendamos a leitura do completíssimo e profundo artigo de um professor da Universidade da Beira Interior, António Bento, saído no jornal Público no dia 13 deste mês com o título Pandemia e “Ensino à Distância”: Hey, teachers, don’t leave your students alone. Eis duas passagens:
... a generalização cega e indiscriminada do “ensino à distância”, recentemente anunciada para o ano lectivo 2020-2021 por algumas universidades portuguesas, deve fazer-nos reflectir com alguma seriedade sobre a verdadeira natureza e o real impacto do ataque actualmente dirigido às fundações do modo de vida universitário tal como sempre o conhecemos.
Evidentemente, ninguém com um módico de bom senso negará ou diminuirá hoje, e por maioria de razão no interior da própria academia, as extraordinárias possibilidades abertas pelas plataformas digitais e pelo e-learning, as quais, como, aliás, bem sabemos, existiam muito antes da eclosão da actual pandemia. O ponto, porém, está na completa falta de equilíbrio e de sentido de proporção dos que pretendem passar de uma situação em que o e-learning ocupa um lugar necessariamente complementar e auxiliar face ao “ensino presencial”, para uma situação em que o ensino e a investigação em plataformas digitais passarão a ser a regra e a norma na vida académica.
M. Helena Damião e Isaltina Martins
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