Na próxima 4ª feira, dia 10 de Janeiro, pelas 18h00, vai ocorrer no Rómulo Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a palestra "Os mortos falam? O
porquê das autópsias", por Duarte Nuno Vieira, Professor e Director da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra. Esta palestra integra-se no ciclo "Ciência às Seis"*.
Resumo da palestra: "Etimologicamente, a palavra autópsia significa “ver com a própria
vista” ou “ver a si mesmo”. A autópsia envolve, todavia, a utilização de todos
os órgãos dos sentidos, sendo através destes e da aplicação de um conjunto de
adequados procedimentos técnico-científicos, que a autópsia permite, em muitas
situações, obter resposta para um diversificado conjunto de questões. Algumas
dessas questões, como sejam qual a causa e a etiologia da morte, estão
presentes em quase todas as autópsias; outras, porém, surgem apenas
pontualmente, em função das especificidades de um determinado caso concreto.
Qual a distância a que foi efetuado um disparo, quanto tempo terá a pessoa
sobrevivido a um determinado trauma, ou se se encontrava sob a influência de
álcool no momento do evento que causou a morte, são exemplos de algumas das
inúmeras questões que se podem suscitar em contextos particulares. A autópsia
consiste, pois, em através da aplicação de conhecimentos e metodologias
médicas, associados aos de outras áreas do saber, procurar que um determinado
corpo nos transmita informações que podem ser fundamentais em diversos
domínios, nomeadamente e a título de exemplo, para uma correta aplicação da
justiça, para uma completa informação da família, para uma melhor compreensão da
doença e do trauma, ou até para a prevenção de eventuais situações futuras,
entre muitos outras. Fortemente condicionada por circunstancialismos legais e
socioculturais, e condicionada também por limitações diversas, a autópsia
continua, todavia, a constituir um procedimento absolutamente fundamental e
imprescindível, apesar do avanço das novas tecnologias de diagnóstico. Através
dela, os mortos falam, numa linguagem que os médicos patologistas entendem e
sabem interpretar."
*Este ciclo de palestras é coordenado por António Piedade, Bioquímico e Divulgador de Ciência.
ENTRADA LIVRE
Público-Alvo: Público em geral
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