quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

OS MORTOS FALAM? O PORQUÊ DAS AUTÓPSIAS


Na próxima 4ª feira, dia 10 de Janeiro, pelas 18h00, vai ocorrer no Rómulo Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a palestra "Os mortos falam? O porquê das autópsias", por Duarte Nuno VieiraProfessor e Director da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Esta palestra integra-se no ciclo "Ciência às Seis"*.



Resumo da palestra: "Etimologicamente, a palavra autópsia significa “ver com a própria vista” ou “ver a si mesmo”. A autópsia envolve, todavia, a utilização de todos os órgãos dos sentidos, sendo através destes e da aplicação de um conjunto de adequados procedimentos técnico-científicos, que a autópsia permite, em muitas situações, obter resposta para um diversificado conjunto de questões. Algumas dessas questões, como sejam qual a causa e a etiologia da morte, estão presentes em quase todas as autópsias; outras, porém, surgem apenas pontualmente, em função das especificidades de um determinado caso concreto. Qual a distância a que foi efetuado um disparo, quanto tempo terá a pessoa sobrevivido a um determinado trauma, ou se se encontrava sob a influência de álcool no momento do evento que causou a morte, são exemplos de algumas das inúmeras questões que se podem suscitar em contextos particulares. A autópsia consiste, pois, em através da aplicação de conhecimentos e metodologias médicas, associados aos de outras áreas do saber, procurar que um determinado corpo nos transmita informações que podem ser fundamentais em diversos domínios, nomeadamente e a título de exemplo, para uma correta aplicação da justiça, para uma completa informação da família, para uma melhor compreensão da doença e do trauma, ou até para a prevenção de eventuais situações futuras, entre muitos outras. Fortemente condicionada por circunstancialismos legais e socioculturais, e condicionada também por limitações diversas, a autópsia continua, todavia, a constituir um procedimento absolutamente fundamental e imprescindível, apesar do avanço das novas tecnologias de diagnóstico. Através dela, os mortos falam, numa linguagem que os médicos patologistas entendem e sabem interpretar."

*Este ciclo de palestras é coordenado por António Piedade, Bioquímico e Divulgador de Ciência.

ENTRADA LIVRE

Público-Alvo: Público em geral

Link para o evento no Facebook.

Sem comentários:

Do século das crianças ao século de instrumentalização das crianças

Muito em virtude do Movimento da Educação Nova, iniciado formalmente em finais de 1890 e, em especial, do trabalho de Ellen Key, o século XX...