quinta-feira, 1 de junho de 2017

A TRAGÉDIA DO METRO MONDEGO

Amanhã vai ser anunciada na Lousã e em Coimbra mais um capítulo da tragédia do "metro Mondego", um dos maiores "não empreendimentos" da política portuguesa conduzida pelo PS e pelo PSD. A "solução" encontrada pela geringonça  é absolutamente pífia, Recebi de José Manuel Silva esta posição, com a qual concordo:

PELO FIM DO "METRO MONDEGO", PELO "METRO COIMBRA"

1- PÔR FIM AOS DISPARATES​​

No processo do "Metro Mondego" cometeram-se ao longo de muitos anos demasiados disparates e gastou-se demasiado dinheiro, mais de 100 milhões de euros. A incompetência e a irresponsabilidade foram totais. Sucessivos governos enganaram as pessoas fazendo repetidas promessas falsas. Os "maquinistas" que trouxeram o Metro até aqui não o podem conduzir daqui para a frente, em resultado das provas dadas de total incapacidade política e técnica.

2- SEPARAR AS AGULHAS

Miranda do Corvo e Lousã têm direito às suas acessibilidades. A mobilidade no interior da
cidade de Coimbra não pode, porém, estar refém das acessibilidades dessas povoações,
por muita simpatia que Coimbra tenha com os seus vizinhos.

Coimbra tem de ter um sistema de transportes adequado a cidades da sua dimensão e projectado para as próximas décadas. Ora o “Metro Mondego” está pensado acima de tudo para responder às necessidades de povoações vizinhas e não às necessidades de Coimbra. A mobilidade em Coimbra tem de ser separada da acessibilidade a Lousã e Miranda do Corvo.

Recorde-se, conforme consta da auditoria do Tribunal de Contas à empresa “Metro-Mondego”, que "em 2005, as Câmaras Municipais da Lousã e de Miranda do Corvo impediram o prosseguimento do concurso público internacional lançado, em Fevereiro de 2005, pela "Metro-Mondego." Ou seja, os responsáveis por 10 anos sem linha da Lousã, pela ausência do metro em Coimbra e pela agonia da Baixa de Coimbra têm nomes e devem assumir as suas culpas no processo! Basta ver quem ocupava as respectivas Câmaras nessa altura. Se o projecto tivesse prosseguido, estaria há muito concluído.

É hoje claro que foi um erro gravíssimo a ligação do problema do caminho de ferro da
Miranda do Corvo e Lousã com o sistema de transportes urbanos de Coimbra, embora os
dois sistemas tenham de ser articulados. Coimbra foi e continua a ser profundamente
prejudicada. Coimbra nunca deveria ter aceitado essa dependência.

Não é aceitável que um candidato à Câmara de Coimbra o seja apenas para defender os
interesses de Miranda do Corvo. A reposição da linha férrea, criminosamente removida sem
alternativas aceitáveis, até poderá ser uma solução. A Câmara de Coimbra trabalhará com
as Câmaras de Miranda do Corvo e Lousã no sentido de procurar a melhor solução para as
suas acessibilidades, baseando-se em estudos que mostrem a melhor solução e não apenas
a mais barata “para a província”.

3- UMA LINHA RÁPIDA E MODERNA

Em Coimbra, o metro não foi projectado para garantir as melhores vantagens para a
mobilidade, qualidade de vida e desenvolvimento da cidade
. Sobretudo, esse projecto foi
desenquadrado de um projecto urbanístico para a Baixa da cidade
Coimbra deve
desenvolver, em simultâneo e de imediato, um plano de mobilidade e urbanístico, que se
adeque ao interesses das pessoas e ao desenvolvimento futuro da cidade
. Não poderá
aceitar-se que o projecto seja castrado por drásticas limitações financeiras, que não são
colocadas a Lisboa ou ao Porto.

De facto, sem qualquer reacção da Câmara de Coimbra, o governo decidiu reforçar com verbas avultadíssimas os metros de Lisboa e Porto, desprezando os transportes de Coimbra. E o CDS defende que mais de 3000 milhões de euros devem ser gastos em 20 estações novas de metro em Lisboa, com a anuência do PSD que está coligado com esse partido em Coimbra. Coimbra não ficará bem defendida por partidos que privilegiam Lisboa e Porto.

O atamancado projecto que o governo tem actualmente em carteira, feito à pressa por uma
entidade sem as melhores competências técnicas e que não foi sujeito a escrutínio público,
não serve, 
pelo menos no seu trajecto urbano.

No que respeita a Coimbra, o projecto entretanto divulgado é uma completa desilusão e uma mera manobra de marketing eleitoral, para fazer crer que há finalmente (mais) uma solução. O governo tem a obrigação democrática de fornecer a Coimbra, com a ajuda de fundos europeus, uma solução adequada que satisfaça não só as presentes mas também as futuras necessidades urbanas.

Ao falhado "Metro Mondego" deve suceder o "Metro Coimbra". Há bons exemplos de metro ligeiro na Europa para cidades com a dimensão de Coimbra (por exemplo, Besançon, em França, que também é Património da UNESCO). Porém, a resolução das questões da mobilidade em Coimbra exige muito mais, como a modernização da Estação Velha, a retirada da “cortina de ferro” entre Coimbra e o rio, o fim dos engarrafamentos na Casa do
Sal, e uma ligação da circular externa ao Hospital Pediátrico, só para dar alguns exemplos.

Não é sério que se apresentem projectos feitos à pressa em período pré-eleitoral.

Coimbra precisa de um Presidente de Câmara independente, que não se contente com migalhas ou esmolas e que represente o concelho de Coimbra com uma voz forte, incorruptível e que nenhum interesse partidário ou da capital possam calar.

Continuaremos a lutar pelas pessoas, pela cidade e por um melhor futuro para todo o
concelho de Coimbra. Coimbra merece muito mais e muito melhor!

José Manuel Silva (Somos Coimbra)


1 comentário:

António Pedro Pereira disse...

É tempo de os cidadãos-munícipes se interessarem pela «res publica».
Mas nunca nos devemos esquecer de que há cidadãos e cidadãos.
Estou a lembrar-me de uns quantos ilustres conimbricenses, certamente da melhor elite da cidade, que instalaram colégios privados que obtinham chorudos lucros à conta das rendas garantidas pelo Estado, cuja condição de sucesso era ir «secando» as escolas públicas da cidade, existentes, já instaladas, o que em si representava uma duplicação de infraestruturas escolares num país tão carenciado.
Com cidadãos destes eu vou ali e já volto.
Imaginem-nos a criar listas autárquicas embrulhadas em bonitos programas.

DIREITO DAS CRIANÇAS À SEGURANÇA EM AMBIENTES DIGITAIS NA NOVA DECLARAÇÃO DE GENEBRA

Por Cátia Delgado Foi na passada quarta-feira, 20 de novembro, no dia em que se assinalaram 35 anos da aprovação da Convenção dos Di...