Minha recente resposta ao expresso, num inquérito sobre o que fazer contra os fogos florestais:
A floresta ocupa 39%
do país, sendo 78% seminatural e 21% plantada. A cobertura florestal está na
média da União Europeia, mas a porção de floresta plantada é bastante superior, fazendo com que o sector
florestal contribua para 5% do PIB. Contudo, o interior do país, onde há
maiores manchas florestais, está cada vez mais despovoado. A população deixou
as serras para ir para as cidades, descurando a floresta e propiciando fogos. É
preciso incentivar a ocupação do interior, com particular foco na adequada gestão
da floresta e no bom uso dos seus múltiplos produtos. O país sofre de
centralismo excessivo, um centralismo quase sem paralelo na União Europeia. A
descentralização devia, por isso, ser a primeira prioridade da Reforma do
Estado. Há várias vozes a dizer isso na Associação Círculo de Estudos de Centralismo,
com sede em Miranda do Douro, mas pregam num deserto que será cada vez maior
até que o Estado se mova. O Ministério da Agricultura devia dar o exemplo,
saindo de Lisboa para vir para perto da floresta.
Carlos Fiolhais
Professor emérito da Universidade de Coimbra
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