quarta-feira, 3 de julho de 2024

APOKÁLYPSIS

Por A. Galopim de Carvalho

Quem estudou História sabe que sempre foi assim.
A par da sólida, distraída e despudorada riqueza,
sobrevive a mais triste, indigna e irremediável pobreza.
Sempre assim foi e sempre assim será.
Mas virá um dia,
não sei quando, mas virá,
em que, esgotados os recursos do planeta,
exaurido pela sobreexploração a que estamos a assistir,
os pobres, com séculos de experiência na pobreza,
levarão a palma na luta pela sobrevivência

Esta dolorosa desigualdade continua sem dar sinais de diminuir,
numa sociedade onde a riqueza do planeta, a ciência e a tecnologia
têm tudo o que é preciso para a erradicar.
O mundo das finanças ainda não percebeu que este drama vai ter um fim.
Não sabemos quando, mas vai ter.
Mais próximo do que se possa imaginar.

Ricos e pobres serão iguais, mas na pobreza.
Nesse futuro, um diamante vale menos do que um copo de água.
Nesse futuro, os pobres estarão em vantagem
porque ganharam toda a sabedoria de viver em pobreza.

O Mundo tem de dar uma volta!
Muito grande!
Mais cedo ou mais tarde, mas vai dar.
E será com muito sofrimento,
mas vai dar.

Liberto do “Homo sapiens”,
O Mundo irá renascer
Para um novo ciclo de milhares de milhões de anos.
Talvez possa gerar um novo ser
mais inteligente do que “esta coisa” que somos nós.
Em sucessivos ensaios e erros
regulados pelas leis da física e do acaso.
Para tal só necessita de tempo.
E isso não lhe irá faltar.

7 comentários:

António Pires disse...

Nem tudo está perdido!
Quem nos diz que, num futuro mais ou menos próximo, as forças armadas portuguesas
não perpetrem um golpe de estado que venha estabelecer uma legitimidade revolucionária,debaixo da qual se abrigarão todos aqueles que almejam um mundo melhor, onde terá mais valor um naco de pão centeio do que todo o vil metal, físico ou virtual? Nesse admirável mundo, o valor do dinheiro, fixado por decreto, será zero! Deitaremos abaixo os portões das prisões e das escolas EB 1,2,3 + S + JI, onde as autoridades da média e alta burguesias têm mantido agrilhoados os pobrezinhos económicos e de espírito, submetendo-os a torturas atrozes, como são a proibição, dentro de um tempo limitado em cada dia, do uso dos telemóveis, ou a sujeição permanente e contínua à avaliação por domínios e rubricas, quantificados por quotas percentuais, com aproximação às centésimas, em cada um dos domínios, subdomínios e rubricas.

Anónimo disse...

Com a devida vénia, deixe-me comentar, com a mesma soltura a granel,
mas só o primeiro “verso” de cada conjunto.
Quem estudou História? E dos que estudaram, quantos sabem que “foi assim”?
A desigualdade é a “regra” no Universo.
Só há igualdade na morte, no silêncio, na inação.
Se o mundo der uma volta, fica tudo na mesma. Meia volta, chega?
Já vamos no “homo sapiens sapiens”, o “outro” ficou lá atrás.
"A contrario sensu", o futuro é certo e o passado incerto.

Anónimo disse...

O senhor professor Galopim de Carvalho viveu uma época em que a Humanidade teve um primeiro contacto com essa ideia grandiosa que é a igualdade entre os povos. Foi a época da União Soviética, com todos os erros que teve, e ppese toda a deturpação que lhe dão, este professor sabe que valeu a pena ser tentado. Creio que o professor Galopim de Carvalho tem obra escrita em que defende isso mesmo. É um ser que vive neste mundo de maneira muito inteligente. Vive com sabedoria.

Mário R. Gonçalves disse...

Qual é a diferença entre acreditar nisso da Nova Humanidade Igualitária e Justa, e acreditar no regresso de Nosso Senhor Jesus Cristo à Terra?
Nenhuma. É só fé e nicles de ciência.
Pois que tenha boa sorte, eu prefiro ter os pés na terra e gostar do que tenho agora, tanto mais que desconfio que a tendência é para piorar sempre, até à extinção. É mais feliz com certeza o sr Galopim e a sua fézada nos amanhãs que cantam.

Anónimo disse...

O hino da U.R.S.S não é uma fézada, é uma demonstração do poder do colectivo. Ninguém lhe fica indiferente.

Anónimo disse...

O hino dá vontade de tomar os meios de produção...
Aterroriza os capitalistas, essa minoria de opressores.

Anónimo disse...

Quem não gostar de aprender com o professor Galopim de Carvalho pode aprender com a professora Diana Soller... sim chamam-lhe professora apesar do excepcional manancial de ignorância, coitados dos alunos,e fala muito na CNN. Como lhe podem os pais confiar os filhos ...

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