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In my personal utopia, all citizens could study Ancient Greek,
Latin and every other subject, free of charge, at any time.
But in 21st-century Britain, Ancient Greek ‘A’-Level, available
at hardly any state-sector schools, marks money and privilege.
It also, embarrassingly, gives the few hundred privately educated
teenagers who take it a queue-jumping ticket to the ruling class.
Greek (and/or Latin) ‘A’ Level, solicitously taught, gives them
a better chance of getting into Oxbridge than any other subject.
(Edith Hall)
Edith Hall, classicista inglesa, defense convicta e empenhadamente que a cultura e línguas clássicas têm de ser ensinadas na escola pública. Ao longo do percurso académico, todos devem ter acesso a elas. Reconhece, porém, que não é isto que acontece, pois estão, efectivamente, reservadas a uns poucos privilegiados.
Esta situação constitui um verdadeiro "apartheid", que impedir "transcender" as classes sociais e económicas.
Esta situação constitui um verdadeiro "apartheid", que impedir "transcender" as classes sociais e económicas.
Nota, além disso, que a exclusão dos currículos escolares de matérias que revelam a civilização ocidental, dificulta a compreensão de ideias preciosas (como a liberdade, a democracia ou a cidadania) que fazem parte da nossa identidade e assim devem continuar. Trata-se de ideias que não se reduzem a palavras ligeiras e recorrentes nos discursos quotidianos; pelo contrário têm uma longa história, há pensamento e coragem que lhe estão associados.
A sua "utopia pessoal" é levar o sistema educativo britânico a fazer mudanças no ensino da cultura e as línguas clássicas. Mas como? Hall avança algumas propostas:
1) Em primeiro lugar, é preciso reconhecer o valor educativo desse ensino, no que se prende com a preparação intelectual para a universidade ou "simplesmente" para a vida interior de cada um, e para a vida em comum. Em paralelo, fazer "campanha" em favor da sua introdução no currículo escolar;
2) Apurar os melhor métodos de ensino. Os mitos, a gramatica, a arte, a filosofia, a leitura... tudo pode ser ensinado com os métodos, divertidos ou não, que hoje se consideram adequados;
3) Fazer pressão junto dos poderes políticos e académicos para que se mantenham (e se recuperem) cursos superiores dedicados ao conhecimento clássico e para que outros cursos integrem esse conhecimento;
4) Aumentar o reduzido número de professores de cultura e línguas clássica através de uma formação de qualidade. Encorajar, também, os que já se encontram no sistema para que persistam no ensino para o qual foram formados. Levar, além disso, levar os professores de outras disciplinas - inglês, história, línguas modernas - a adicionar o saber clássico ao seu repertório profissional.
Sobre este assunto, poderá ler:
Blog "The Edithorial": Classics and Educational Apartheid
1 comentário:
Apesar de tudo, penso que é mais fácil pessoas libertarem-se do círculo da pobreza, do que da ignorância (ou “incultura”). A cultura não se compra e exige uma transformação do próprio que só pode ser conseguida com esforço e com o apoio de outros ou de instituições; o pobre sabe o que lhe falta para ser milionário (ou apenas remediado, como se dizia dantes), mas não sabe o que lhe falta para ser culto.
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