Meus desejos de Ano Novo no Público de hoje:
Em cada novo ano lembro-me do poema “Receita de Ano Novo” do brasileiro Carlos Drummond de Andrade: “Para ganhar um Ano Novo / que mereça este nome,/ você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo./ mas tente, experimente, consciente./ É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”
O grande desafio em cada novo ano é fazê-lo verdadeiramente novo. O que é que eu gostaria que fosse novo, nestes tempos de grande incerteza? No plano internacional que as trumpices parassem de nos abespinhar. No plano nacional que a confiança, que começou já a despontar, se instalasse na economia e na vida, o que passa por uma definição mais clara de um futuro comum europeu.
Na ciência, espero que no novo ano haja em Portugal uma avaliação nova das unidades de investigação, ultrapassando a última de má memória. Espero ainda que as instituições de ensino superior, fontes permanentes de ciência, acelerem o processo de renovação dos seus quadros de docência e investigação. E, se não for pedir muito, que as empresas nacionais comecem a contratar doutorados de modo a melhor aproveitar em benefício do país o enorme potencial de criatividade que reside na mais recente geração.
Volto a Drummond, citando outro,poema, “Recomeçar”: “Se pensarmos pequeno, / coisas pequenas teremos. / Já se desejarmos fortemente o melhor / e principalmente lutarmos pelo melhor, / o melhor vai se instalar na nossa vida. / E é hoje o dia da Faxina Mental…“
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
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3 comentários:
A grande influência que o desenvolvimento científico tem no viver quotidiano do povo português verifica-se muito mais ao nível do usufruto das aplicações tecnológicas das ciências exatas - veja-se, como exemplo, os telemóveis que, atualmente, convivem connosco a toda a hora e em toda a parte - do que na assimilação de teorias científicas complexas pelo cidadão comum.
Por outras palavras, para, no próximo ano de 2018, elevarmos os nossos índices de desenvolvimento humano, será melhor produzirmos mais televisões, lâmpadas led, computadores, telemóveis, automóveis, frigoríficos, aviões, canivetes, foguetões e
muitos outros artefactos de consumo interno, mas que também podemos exportar, do que continuar a esbanjar recursos na formação e emprego, em lugares do Estado, de doutorados em ciências da educação que propalam aos quatro ventos que se os nossos jovens aprenderem a aprender, em menos de uma década libertar-nos-emos do atraso atávico.
Bom ano!
Será que este artigo sobre a autoria do poema Recomeçar é verdadeiro?
http://mauriciostycer.ig.com.br/2009/02/13/o-falso-poema-de-drummond-que-circula-na-internet/
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