Minha ideia para Portugal que foi publicada a 23/11/2017 no número de 20 anos do Jornal de Negócios:
Uma das maiores transformações que se deu em Portugal nos últimos 30
anos foi a enorme expansão do sistema científico,
bem visível em dois
indicadores que mostram um elevado
crescimento ininterrupto: o
número de novos doutorados em
cada ano e o número de novas publicações
científicas também em
cada ano. Em 1986, ano da nossa entrada na União Europeia,
doutoraram-se em Portugal ou no estrangeiro,
pedindo equivalência em Portugal,
216 indivíduos e em 2015 já
foram 2969 (a maior parte mulheres!).
Em1986, publicaram-se 664
artigos em revistas especializadas e,
em 2015, ,já foram 21.333. Nenhum
destes indicadores foi afectado pela
crise. As pessoas continuaram a
doutorar-se, mesmo pagando do
seu próprio bolso, e continuaram a
realizar trabalho científico reconhecido em avaliação internacional pelos
pares. Portanto, qualificou-se
muita gente, que é capaz de produzir novo conhecimento
nas mais variadas
áreas.
Mas há um problema grave que
urge resolver: o emprego científico.
Não está resolvida a questão profissional
dos jovens que obtêm qualificação ao mais
alto nível. Só uma
parte muito pequena dos doutorados encontra emprego no ensino superior
e laboratórios estatais e só
uma parte ainda mais pequena vai
trabalhar em empresas. Muitos deles
têm procurado trabalho no estrangeiro (ver o projecto GPS,Global
Portuguese Scientists da Fundação
Francisco Manuel dos Santos).
O que é preciso fazer? Além da
renovação geracional das escolas do
ensino superior e dos laboratórios
de Estado, que só lenta e parcialmente
está em curso, são precisos
estímulos (por exemplo, de natureza fiscal)
para que as empresas contratem
doutorados, de modo a
transferir conhecimento para a economia.
Sem isso,a sociedade do conhecimento
ficará comprometida,
limitando-nos a importar novas
ideias e produtos produzidos noutros
sítios.
Introduzir os doutorados nas
empresas:eis uma ideia de negócio
que nos ajudaria a abrir as portas do
futuro!
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