sábado, 28 de fevereiro de 2015

A boca

Neste Ano da Luz, mais um poema de Eugénio de Andrade, que refere a luz: 

A boca,
onde o fogo
de um verão
 muito antigo cintila,
a boca espera
(que pode uma boca esperar senão outra boca?)
 espera o ardor do vento
 para ser ave e cantar.

Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
 se a luz é tanta,
 como se pode morrer?

1 comentário:

bea disse...

Como é que se pode escrever uma coisa tão bonita e continuar a ser pessoa?! Mistérios da Poesia.

UM CRIME OITOCENTISTA

  Artigo meu num recente JL: Um dos crimes mais famosos do século XIX português foi o envenenamento de três crianças, com origem na ingestã...