Este é o segundo livro de «piadas secas» baseadas nas ciências, do professor de física e escritor João Barbosa. Ri-me muito com o primeiro: Piadas Secas, Infrassecas e Ultrassecas sobre Ciências (Gradiva, 2019). O autor combina de maneira singular o seu profundo conhecimento das ciências e o seu refinado sentido do humor, servindo-se dos múltiplos sentidos das palavras da nossa língua.
O humor tem muito a ver com linguagem e, em especial, com a ambiguidade da linguagem. Depende não apenas do emissor, mas também do receptor, tendo os dois de estar familiarizados com a mesma linguagem. Desde o último livro de «piadas secas» do autor desenvolveu-se extraordinariamente a inteligência artificial. Mas uma das maiores dificuldades desta é, precisamente, lidar com ambiguidades. Acresce que o humor – que, em geral, resulta de surpresas – é uma das marcas humanas que as máquinas mais dificuldade têm em imitar. O João é inimitável: nenhuma máquina conseguiria escrever este livro. Nem, como eu, lê-lo a sorrir ou à gargalhada.
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