sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Mês da Educação e da Ciência da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Ciclo de Conferências
Mês da Educação e da Ciência
De 4 de Outubro a 20 de Novembro
Chegou o Mês da Educação da Fundação, este ano uma edição inédita que junta também a Ciência. A agenda inclui um programa de televisão - realizado na véspera do Dia Nacional do Professor, sobre a escola do futuro; um novo site com uma vasta análise à evolução dos resultados dos alunos portugueses nos testes PISA (online a partir de 18 de Outubro) e oito conferências de norte a sul do país. A partir de dia 4 de Outubro, grandes temas vão estar em debate por especialistas nacionais e internacionais: Nuccio Ordine, filósofo italiano, traz-nos uma reflexão sobre a importância dos saberes inúteis na formação dos alunos; Sir Martin Rees fala sobre o papel da Ciência no século XXI e Sarah-Jayne Blakemore desvenda os mistérios do cérebro adolescente. Conheça o programa completo e reserve já o seu lugar! A entrada é gratuita mediante inscrição prévia.
PROGRAMA
4 OUT 22h00 | RTP3
Fronteiras XXI: De que escola precisamos?
Com David Justino, ex-ministro da Educação, Maria Manuel Mota, directora executiva do Instituto de Medicina Molecular (IMM) de Lisboa e Joaquim Sousa, o director que deu a volta à escola básica do Curral das Freiras, uma das zonas mais pobres do país. Moderação de Carlos Daniel.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
19 OUT 17h30 | Torre do Tombo, Lisboa
A utilidade dos saberes inúteis
Para que serve ler poesia ou ouvir música? Para que serve admirar uma obra de arte? O filósofo italiano Nuccio Ordine e a professora Regina Gouveia explicam porque a escola e a universidade não devem ser transformados em empresas e os alunos não podem ser considerados clientes se quisermos, enquanto sociedade, educar cidadãos justos, solidários e tolerantes.
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CONFERÊNCIA
25 OUT 14h30 | Grande Auditório da UAlg
Porque melhoraram os resultados dos alunos portugueses?
Uma análise da evolução do perfil e desempenho dos alunos e das razões do sucesso português: quem são os alunos que fazem o teste PISA? Porque melhoraram os seus resultados? Como se compara Portugal com outros países?
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DEBATE
30 OUT 15h00 | Auditório do Liceu Camões, Lisboa
Exames: como e para quê?
Os exames estão ciclicamente em discussão no nosso país. Mas passar-se-á algo semelhante noutros países? Como são os exames e em que momentos da vida escolar se fazem? Que relevância têm nos vários sistemas de ensino?
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CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
3 NOV 16h00 | Auditório do Instituto de Medicina Molecular, Lisboa
O cérebro adolescente
Afinal, como funciona o cérebro adolescente? Serão os adolescentes efectivamente mais impulsivos? Sarah-Jayne Blakemore, neurocientista de renome, desvenda os mistérios do cérebro adolescente com Maria Manuel Mota, cientista portuguesa.
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DEBATE
9 NOV 18h30 | Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa
Ciência em Portugal: um diagnóstico
Quem faz Ciência em Portugal e em que condições? Quais são as principais carências? Quais deviam ser os principais objectivos no futuro a breve e médio prazo? Que obstáculos existem para atingir esse objectivo?
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CONFERÊNCIA
16 NOV 15h00 | Universidade do Minho, Braga
Ensino Superior: estudar compensa?
Em Portugal, houve, nas últimas décadas, uma enorme expansão do ensino superior, quer no número de alunos, quer no número de instituições. Mas será que vale a pena investir – intelectual e financeiramente – num curso superior? E, por outro lado, será que a sociedade rentabiliza o investimento que faz na maioria dos licenciados?
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CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
17 NOV 18h00 | Galeria da Biodiversidade, Universidade do Porto
A Ciência no século XXI: oportunidades e ameaças
Que papel vai desempenhar a ciência no futuro? Quais são as principais oportunidades e perigos? Que relações são necessárias entre ciência e sociedade?
Sir Martin Rees, astrofísico e astrónomo Real, conversa com Alexandre Quintanilha e Nuno C. Santos.
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CONFERÊNCIA
20 NOV 15h00 | Observatório Astronómico de Lisboa
Ciência portuguesa pelo mundo
Quantos são e onde estão os cientistas Portugueses espalhados pelo mundo? Quem são e em que áreas de investigação trabalham? O evento assinala o primeiro aniversário da rede GPS-Global Portuguese Scientists e conta com a intervenção do Presidente da República.
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1 comentário:

Anónimo disse...

A conferência internacional “A utilidade dos saberes inúteis”, sobre educação, chamou-me a atenção pela sua denominação paradoxal, que, assim, à primeira vista, tanto pode conter múltiplos sentidos filosóficos e poéticos, como ser apenas mais um chavão oco do eduquês da moda. Mesmo que mudem o nome da conferência para “A inutilidade dos saberes úteis”, toda a gente entenderá que não é preciso mudar o tema a debater.
Efetivamente, nem a ciência é “um “saber” absolutamente útil nem as humanidades são “saberes” inúteis. No meu tempo, mais de 90% das pessoas que frequentavam cursos, muito científicos, de Física, onde lhes ensinavam “saberes úteis”, acabavam a dar aulas no ensino secundário. A vasta cultura científica feita de séries de Fourier, integrais simples, duplos e triplos, lagrangeanos, hamiltonianos, operadores hermíticos, equação de Schrodinger, e demais conceitos e teorias, revelava-se uma inutilidade para quem pretendia ensinar adolescentes.
Para ser um bom professor de ciências do secundário, no sentido de quem possui uma sabedoria mínima da matéria que ensina, não são precisos mais estudos do que os que se exigem a um estudante do 12.º Ano.
Nos últimos anos, com a investida do ataque aos “saberes científicos difíceis”, levada a cabo pela classe dos doutores em ciências da educação, a bem do sucesso escolar, o papel dos professores, enquanto transmissores de conhecimento, ficou muito rasgado.
Na Física, cortaram o momento angular, a estática, o movimento relativo de Galileu, a corrente elétrica alternada, e outros assuntos, só porque faziam baixar as classificações dos alunos. Na escola do eduquês, não se deve ensinar, deve-se avaliar “a melhoria das aprendizagens”.
Quanto às humanidades, é uma evidência que “nem só de pão vive o homem”. É muito maior a percentagem de pessoas que gostam de música, literatura, poesia, pintura, escultura, bailado e, de um modo geral, de artes, do que de ciência pura e aplicada. Portanto, quem sabe da sua arte possui um conhecimento tão útil como o conhecimento científico. Para mim, o mistério do Universo, do qual o Homem faz parte, permanece, apesar da nossa sabedoria, científica e humanística, não parar de aumentar.

João Silva

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