Novo post de Galopim de Carvalho:
Foram e ainda são muitas as vezes, onde quer que seja convidado
a falar de Geologia, que me deparo com a perplexidade dos presentes face à
enormidade do tempo geológico, em que os milhões de anos são tratados com a
mesma ligeireza com que falamos de anos das nossas vidas ou de séculos na
história da humanidade.
Simbolizado, entre os estudiosos das Ciências da Terra, pela
sigla Ma, o milhão de anos é convencionalmente aceite como unidade de tempo.
Nada menos do que dez mil séculos, onde cabe mil
cento e quarenta vezes a História de Portugal, um milhão de anos é uma eternidade
no horizonte temporal das nossas vidas, mas uma ínfima migalha no tempo da
Terra, actualmente estimado em 4540 Ma.
A maioria das pessoas nunca mentalizou a ideia de milhão e é por
isso que nas conversas faladas, envolvendo quantidades nessa ordem de grandeza,
tenho preocupação de lhes dar uma ideia da enormidade desta cifra.
Para, numa balança de precisão, equilibrarmos um grama de peso,
temos de lá colocar 62 grãos de arroz. Uma regra de três simples diz-nos
imediatamente que cem grãos pesam 1,61 g, que mil grãos pesam à volta de 1,6 kg
e que um milhão deles perfaz cerca de 16 kg.
Dito de outra maneira, precisaríamos de 16 sacos como os que se vendem no mercado, para guardar 1 000 000 de gãos desse arroz e ainda ficam de fora 100 g deste cereal.
Dito de outra maneira, precisaríamos de 16 sacos como os que se vendem no mercado, para guardar 1 000 000 de gãos desse arroz e ainda ficam de fora 100 g deste cereal.
Um outro caminho que nos conduz à referida ideia, é a de darmos
uma badalada por segundo no sino de uma qualquer igreja. Então, para
completarmos 1 000 000 de badaladas, teríamos de estar permanentemente activos,
durante 11 dias, 13 horas, 46 minutos e 40 segundos, sem comer, nem dormir, nem
descansar.
Nota: se me enganei nas contas, que alguém faça o favor de as
corrigir.
Galopim de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário