domingo, 8 de dezembro de 2024

USO MASSIVO DE ECRÃS E TECLADOS NA ESCOLA: PROTESTOS E DECISÕES

A notícia é do Diário de Coimbra do passado dia 4 de Dezembro: mais dois Agrupamentos de Escolas decidiram restringir o uso de telemóveis, com vista, dizem, a "preservar a saúde mental e física dos alunos".

A reportagem dá conta do consenso obtido entre, como agora se diz, os diversos parceiros educativos. Dá também conta da razoabilidade da restrição: a questão não se coloca entre proibir em absoluto ou deixar ao critério de cada um; coloca-se, isso sim, na adopção de medidas que fazem sentido em termos de aprendizagem e de protecção das crianças e dos jovens.
 
Imagem recolhida aqui
Um dia antes, a 3 de Dezembro, o jornal As Beiras noticiava um protesto realizado à porta de uma escola contra o uso exclusivo de manuais digitais no ensino básico. Esta é uma das escolas que entrou, a título voluntário, no projeto-piloto de transição digital.
 
O protesto surgiu na sequência de um manifesto da iniciativa de encarregados de educação, (ver aqui) contra o uso exclusivo de manuais digitais, que obteve 655 assinatura.
 
Cito o texto do jornal que reproduz extractos de uma declaração recolhida.
“É algo que não se compreende, porque todos os dados indicam que os pais não estão satisfeitos, os professores não estão satisfeitos e todos os países, nomeadamente europeus como a Finlândia e a Suécia, que tinham avançado com isso há anos, recuaram e estão a reintroduzir novamente os manuais em papel (...). Por isso, só por outras razões, eventualmente económicas e de negócio, mas que não são os interesses destas crianças e destas comunidades educativas, que têm o direito de exigir acesso aos manuais em papel, que todos os estudos indicam que em, termos pedagógicos e de saúde, são mais favoráveis para a aprendizagem e para a saúde das nossas crianças.”

O que nos dizem estas duas notícias? No meu entender dizem-nos que estamos no bom caminho do uso dos recursos pedagógicos. E isso decorre da investigação séria que se tem realizado e da atenção que cada vez mais professores, directores e encarregados de educação lhe conferem.

1 comentário:

Anónimo disse...

É indiscutível que há mais mundo para além das pantalhas dos telemóveis dos alunos, que correm o sério risco de ficarem ofuscados com tanta radiação, visível e invisível, que lhes entra pelos olhos e pelo cérebro.
O principal problema que afeta o regular funcionamento das instituições de ensino em Portugal é a indisciplina e violência que campeiam nas escolas básicas e secundárias. Ora, o uso indevido de telemóveis, quer dentro, quer fora da sala de aula, em recinto escolar, é como uma garrafa de vidro cheia de gasolina que se atira para cima de uma fogueira que se quer apagar. Sem autoridade efetiva dos professores, no sentido de conseguirem obrigar os alunos a cumprir as regras de utilização responsável dos telemóveis em meio escolar, a barafunda vai continuar!
Na aplicação de medidas disciplinares aos alunos, chega-se sempre a um nó górdio muito difícil de desfazer: o aluno pode ser alvo de um processo disciplinar por comportamentos graves, que podem ser do âmbito criminal, mas lá no alto há a sacrossanta lei que estipula: a escolaridade é obrigatória até aos dezoito anos. Os "castigos" a aplicar podem ser muito severos, indo até três ou quatro dias de suspensão de frequência das aulas, mas nos dias imediatamente posteriores à "ocorrência", enquanto decorre a instauração do "processo" ,até ao cumprimento da pena aplicada, o aluno muito mal comportado é obrigado a juntar-se às suas vítimas em "contexto de sala de aula".

O FENÓMENO DA CONSCIÊNCIA É COMO O DA EXISTÊNCIA DO UNIVERSO - DAVID LODGE

Faleceu David Lodge, o polifacetado escritor britânico que manteve na ficção uma ironia finíssima e absolutamente corrosiva. A diversidade h...