domingo, 22 de dezembro de 2024

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum Natura

"Os alunos vão deixar em breve de poder utilizar os telemóveis nas escolas do Brasil, após a aprovação de uma lei pelo parlamento que visa sensibilizar os jovens para os efeitos nocivos dos ecrãs. O Governo (...) deputados e associações de encarregados de educação têm feito campanha a favor das restrições ao uso do telemóvel nas escolas primárias e secundárias. Mais de metade das crianças brasileiras dos 10 aos 13 anos possui telemóvel, uma proporção que chega aos 87,6% entre os adolescentes dos 14 aos 17 anos.
De acordo com dados do Comité Gestor da Internet no Brasil, quase dois terços das escolas do país já restringem o uso de dispositivos móveis, mas apenas 28% proíbem completamente os telemóveis.
A lei, que diz respeito aos alunos dos 4 aos 17 anos (...), determina que, para "preservar a saúde mental, física e psicológica das crianças e adolescentes", os telemóveis serão proibidos nas escolas, tanto nas salas de aula como nos intervalos. Autoriza excecionalmente a utilização de dispositivos eletrónicos para fins educativos ou por razões de acessibilidade.
O ministro da Educação (...) também se pronunciou a favor (...): "As experiências no mundo inteiro têm mostrado o prejuízo que tem sido um deficit de atenção no uso de aparelhos celulares ou equipamentos digitais tecnológicos dentro da sala de aula" (...) "O telemóvel tirou a socialização das pessoas. Precisa ter um limite".
"A proibição dos telemóveis nas escolas melhora os resultados académicos, especialmente para os alunos em dificuldades", observou a UNESCO, num relatório publicado em 2023. No entanto, a agência das Nações Unidas advertiu que "proteger os estudantes de tecnologias". novas e inovadoras pode colocá-los em desvantagem".

1 comentário:

Anónimo disse...

A recorrente questão do uso ou proibição dos telemóveis em contexto escolar dá muito que pensar. Não é uma questão de lana-caprina. Mesmo no âmbito clássico do ensino/ aprendizagem, aprender a ler, escrever e contar, era entendido como o primeiro passo que levaria a voos mais altos como são ler, escrever e contar. As pessoas, começando dentro da escola obrigatória, deviam, quando terminassem os anos de escolaridade, continuar a ler obras literárias mais profundas do que os manuais, ler horários de comboios, ler faturas de eletricidade, redigir o curriculum-vitae, preencher a declaração do IRS, calcular a prestação mensal do empréstimo bancário, pagar as compras na mercearia, etc. Ora, no mundo atual, muitas destas tarefas do quotidiano já são executadas, de uma forma automática por aplicações instaladas nos telemóveis. Por outro lado, o uso indevido dos telemóveis em contexto escolar são uma das principais causa de indisciplina e violência que estão a destruir a fundamentação básica da existência das escolas, qual seja, lugar onde os professores podem ensinar e os alunos aprender. Assim, esta reflexão de poucas linhas não pode evitar uma pergunta existencial:
A escola tradicional consegue sobreviver proibindo o uso dos telemóveis, ou, sabendo que até nas prisões de cadastrados perigosos os telemóveis proliferam, a escola tem de sofrer uma profunda reforma, mas que fique longe do ensino por domínios do Projeto Maia, das passagens de ano automáticas e desmotivadoras das aprendizagens, da farsa das grelhas de avaliação do tamanho de lençóis e da filosofia do Ubuntu?

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...