Se eu soubesse sentir o que sinto,
se o que sinto fosse de se dizer,
se não fosse que, ao dizê-lo, minto,
a vida seria outro viver.
Porque sentimos mais do que sentimos
e muitíssimo mais do que dizemos.
Sentimos só o que consentimos
e do que sentimos pouco sabemos.
O que sinto é uma caverna escura,
onde se esconde o que se não diz:
se senti-lo já é uma loucura,
dizê-lo, só à custa de ardis.
Sentir está sempre além do que sentimos
e, deste, tantas vezes, nós fugimos.
Eugénio Lisboa
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
SENTIR
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
OS OLHOS DE CAMILO
Meu artigo no mais recente As Artes entre as Letras: É bem conhecido que Camilo Castelo Branco (1825-1890), o grande escritor português (mui...

-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Não Entres Docilmente Nessa Noite Escura de Dylan Thomas (tradução de Fernando Guimarães) Não entres docilmente nessa noite seren...
-
Por A. Galopim de Carvalho Como no tempo da lenda, todas as primaveras, o amendoal alentejano cobre-se de fores branca como se de neve se ...
Sem comentários:
Enviar um comentário