Saiu já há algum tempo uma publicação da Comissão Europeia com o título AI in Science. No prefácio, a Comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Iliana Ivanova disse (faço uma tradução livre):
A "inteligência artificial" (a letra minúscula e as aspas são minhas) é uma poderosa força de transformação. Também é um disruptor, com potencial para redefinir o vasto campo da ciência e transformar muitos aspectos da vida humana (...).
A política europeia reconhece a importância estratégica da IA, nomeadamente na ciência, onde se tem como instrumento fundamental. O seu uso anuncia uma nova era de expansão das suas fronteiras. Essa aceleração pode ajudar-nos a enfrentar grandes e prementes desafios, como os que se prendem com a transição ecológica e digital e com a manutenção da Europa na vanguarda do progresso científico.
Com financiamento da UE, há investigadores a usar a IA para aperfeiçoar tratamentos para o cancro, resolver problemas ambientais e melhorar a previsão de terremotos.
O recurso à IA na ciência também tem consequências geopolíticas: a liderança em termos de descoberta e inovação é vantajosa para a posição competitiva da Europa. É imperativo que a UE mantenha a sua autonomia estratégica, a sua segurança e os seus valores. De outro modo, corre o risco de marginalização na corrida científica e tecnológica.
O desafio que se nos coloca é como preservar a integridade científica, prevenindo o uso indevido da tecnologia e capitalizando o poder que os dados facultam. Assim, o nosso objectivo é duplo: aproveitar o vasto potencial da IA e, ao mesmo tempo, abordar as preocupações dos cidadãos. Concretizá-lo depende do compromisso colectivo, do envolvimento de todos os intervenientes europeus na ciência.
Espero que este documento político provoque um amplo debate no seio da comunidade científica da União Europeia, os seus insights são inestimáveis neste empreendimento.
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