Este mar não vai desaparecer.
O que vai desaparecer sou eu.
Este mar vai continuar a ser.
Deixar de vê-lo é destino meu.
Continuará a espelhar o sol,
que, de mim, para isso, não precisa.
Estender-se-á como vasto lençol
o mar que tem grandeza por divisa.
O mundo existia antes de mim,
porque há ser que convive com não ser.
Haverá mundo, depois do meu fim
e ser que ignora o meu não ser.
Está bem assim porque é natural,
embora pareça demencial.
Eugénio Lisboa
domingo, 21 de janeiro de 2024
MEMENTO MORI
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
VIOLINOS COM BÁRBAROS À PORTA
A voz de Eugénio Lisboa na poesia que nos deixou, Quando uma orquestra toca Mozart, enquanto o Titanic se afunda, dá um grande exemplo da...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Não Entres Docilmente Nessa Noite Escura de Dylan Thomas (tradução de Fernando Guimarães) Não entres docilmente nessa noite seren...
-
Por A. Galopim de Carvalho No léxico geológico o vocábulo “palingénese”, radicado nos étimos gregos “palim” que quer dizer de novo, e “gén...
Sem comentários:
Enviar um comentário