segunda-feira, 30 de maio de 2022

BALANÇOS

 Novo poema de Eugénio Lisboa:


BALANÇOS

 

Chega, enfim, a hora dos balanços,

as contas certas a deixar aos vivos:

o deve e o haver sem esquivanços,

tudo exacto e sem paliativos.

 

Agitámo-nos talvez demasiado?

Produzimos provavelmente pouco?

Deram-nos mais do que por nós foi dado?

Quem nos amou, amámos nós tão pouco?

 

Quanto aprendemos, tanto ensinámos?

Nem sempre dissemos o que sentimos?

Fomos nós generosos, quando amámos?

 

Foram muitas as vezes que mentimos?

Tudo isto tem de estar no balanço,

porque, só assim, parto em descanso

Eugénio Lisboa.

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