e a nossa atenção não dá para tanto:
crianças que nunca viram favores,
velhos cuja infância foi só pranto!
Fome, frio, doença – e sem esperança,
é como viver-se numa caverna:
ali não há luz, calor, segurança,
está-se ali como quem hiberna.
As dores do mundo doem em tantos,
que ajudá-los fica sempre aquém
dos muito necessitados encantos!
Estaria a solução em Belém,
berço do pateta de um profeta,
que sabia ter sonhos de poeta?
Eugénio Lisboa
NOTA: AS DORES DO MUNDO é, como se sabe, o título de uma obra de Schopenhauer.
1 comentário:
Não vou fazer crítica literária, vou amplificar apenas uma dor, mais uma dor do mundo, que cessou, em algum tempo imemorial, ou, melhor dizendo, não deve cessar em tempo algum. Uma "mater" dolorosa, de tanto sofrer, finalmente, desabafou a dor mestra "chego a ter pena de quem tem pena de mim".
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