Este é o título de um artigo do jornal El País do passado dia 8 de Fevereiro — pode ser lido aqui — e surge a propósito de um livro do professor e escritor italiano Nicola Gardini, Viva il latino, storie di una lingua inutile, editado em 2016, e que tem tido um enorme sucesso.
A proposta soa bem, o Latim língua oficial da União Europeia não é coisa despropositada, sendo o latim a língua-mãe de grande parte das línguas da UE, pois mesmo nas línguas germânicas, como o inglês e o alemão, o latim está presente numa grande percentagem do seu corpus lexical.
Se tal acontecer, porém, adivinham-se graves problemas para os países do sul, especialmente para Portugal, na medida em que os seus representantes passariam a compreender ainda menos os representantes dos países do Norte, como a Alemanha, por exemplo, dado o seu desconhecimento da língua do Lácio, que os alemães tanto estudam.
Quão útil, na verdade, seria o estudo da língua latina para todos os que fazem da palavra a sua "arma", para todos os que, através dos seus discursos, ambicionam defender ideias, causas, valores! Quanto teriam a aprender com Cícero de quem Gardini, citado no artigo do El País, diz que sabia dizer as coisas "de maneira adequada"!
"Falar bem é uma filosofia. Escrever bem é uma maneira de fazer o bem. E Cícero demonstrou-o, colocando a sua própria eloquência ao serviço de uma sociedade ameaçada pela tirania. Ele foi o inimigo de qualquer despotismo e foi o heróico porta-voz do Senado. A sua arma foi uma palavra: libertas"— lê-se, em citação do autor italiano.
Quão útil, na verdade, seria o estudo da língua latina para todos os que fazem da palavra a sua "arma", para todos os que, através dos seus discursos, ambicionam defender ideias, causas, valores! Quanto teriam a aprender com Cícero de quem Gardini, citado no artigo do El País, diz que sabia dizer as coisas "de maneira adequada"!
"Falar bem é uma filosofia. Escrever bem é uma maneira de fazer o bem. E Cícero demonstrou-o, colocando a sua própria eloquência ao serviço de uma sociedade ameaçada pela tirania. Ele foi o inimigo de qualquer despotismo e foi o heróico porta-voz do Senado. A sua arma foi uma palavra: libertas"— lê-se, em citação do autor italiano.
“Hay que estudiar latín”, concluye Gardini, “no sólo para disfrutar, sino además para educar el espíritu, para darle a las palabras toda la fuerza transformadora que se aloja en ellas” — assim termina o artigo do jornal espanhol.
1 comentário:
Os apoiantes do AO/90 (quem ainda o é?)não têm a mínima noção disto. Ou há interesses inconfessáveis nisso?
Francisco Correia
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