sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O mercado de trabalho ao serviço das sociedades e não o contrário

"Este é o único espaço económico em que os banqueiros, o banco central decide o tipo de política que devemos seguir. E em nome da Europa aceitamos isto (...). Sou contra os que lutam contra a Europa. Creio que a Europa é uma aposta magnífica. Precisamos de um bloco europeu neste mundo de blocos. Mas precisamos que esteja ao serviço das sociedades não que coloque as sociedades ao serviço do mercado de trabalho mas o mercado de trabalho ao serviço das sociedades. Precisamos de um programa político com representantes do estados-nações que decidam as grandes orientações. Agora ninguém decide. Decidem os tecnocratas de Bruxelas e os banqueiros."
As palavras acima ditas, em entrevista à jornalista Catarina Santos, são de um filósofo franco-argelino, Sami Naïr, que se dedica ao estudo das políticas europeias e das suas consequências na sociedade.

São palavras que se aplicam inteiramente ao sector da sociedade que é a educação escolar. Na verdade, há muito que os políticos, que deviam ter a última palavra nesta matéria, se limitam a legitimar o que os "tecnocratas e os banqueiros" entendem que deve ser a escola e, de modo mais concreto, o seu currículo: um instrumento ao seu serviço.

2 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

O mercado, e não apenas o mercado de trabalho, enquanto oferta e procura a determinado preço, é uma das formas possíveis de um sistema de trocas e está condicionado pelos poderes no mercado.
Seria bom que o mercado fosse um factor de justiça e de desenvolvimento e nunca o contrário. Verificamos que há muitos mercados e que uns interferem nos outros, nem sempre no bom sentido. Se os mercados fossem mercados de mercadorias propriamente ditas, de bens e serviços, já seria difícil assegurar a liberdade de mercado.
Mas como os mercados se sublimaram em "mercado" do dinheiro, sendo este o grande e indomável estruturador dos nossos tempos, o ponto de dependência, crescente, dos mercados relativamente às estruturas financeiras, subverte o sentido corrente da palavra mercado, esvaziando-a, porque um mercado de dinheiro, nem em sentido metafórico, é um mercado.
Então, vou pensar na hipótese, que me parece promissora, de o dinheiro acabar e de, nem por isso, diminuir a quantidade de bens e serviços.

Anónimo disse...

What Does Betsy DeVos Mean for Common Core?
http://henrymakow.com/2016/11/de-vos-common-core.html

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...